São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995![]() |
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Cartório demite jovens que não quiseram cortar cabelo
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
Eduardo Martins Moreira, 19, Alexsandro Cardoso, 19, e Giuliano Soares, 23, cujos cabelos vão até o meio das costas, consideram-se vítimas de discriminação e preconceito. Moreira disse ontem que eles foram demitidos há uma semana por não atenderem a uma circular do cartório que ameaçava de advertência ou suspensão os funcionários com cabelo comprido. Segundo Moreira, que trabalhava há cerca de um ano no setor de microfilmagem, seu serviço e conduta nunca foram repreendidos. Cardoso, com dez meses de tabelionato, e Soares, com quatro anos, trabalhavam no balcão, atendendo ao público. Oo do cartório, Marcelo Tadeu Rocha da Silva, 28, disse ontem que a circular, assinada pelo oficial-ajudante Alcir Torres da Silva, está relacionada "com a saúde e higiene". Marcelo é filho de Ênio José Guimarães da Silva, oficial (responsável) do tabelionato desde setembro passado. Segundo Marcelo, a "administração interna" do tabelionato estava preocupada com "a apresentação dos funcionários junto ao público". Moreira, que terminou o 2º grau e pretende arrumar emprego para custear sua preparação ao vestibular, disse que ele e seus companheiros trabalhavam sempre com o cabelo amarrado para trás. "Foi uma falta de respeito exigir de nós algo além do profissional", disse. Moreira foi apoiado pela família na decisão de não ceder à pressão do tabelionato. O jovem usa o cabelo comprido há cinco anos. Os três jovens conversaram com um advogado, que está preparando uma ação de indenização. Texto Anterior: Acidente em estrada mata 16 e fere 12 Próximo Texto: Salvador tem hoje festa de Iemanjá Índice |
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