São Paulo, quinta-feira, 2 de fevereiro de 1995 |
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FPF marca clássico no Pacaembu
MARCELO DAMATO; MÁRIO MOREIRA
A decisão foi tomada ontem pelo presidente da Federação Paulista de Futebol, Eduardo José Farah, em acordo com a Secretaria Municipal de Esportes, após uma vistoria realizada no gramado do Pacaembu por Farah e o presidente do Corinthians, Alberto Dualib. O engenheiro agrônomo Daniel Tapia, 35, especialista em manutenção de gramados de campos de futebol, desaprovou a decisão. Tapia é o responsável pelo manutenção dos três campos do centro de treinamento do São Paulo e o do Morumbi. Ontem à tarde, convidado pela Folha a analisar no local a situação do gramado do Pacaembu, ele afirmou que o campo deveria ficar sem utilização por, no mínimo, 15 dias. Ele detectou vários pontos em que a grama foi quase totalmente arrancada durante os shows dos Rolling Stones. Nessas áreas, o que predomina é barro ou lama. Os pontos mais prejudicados ficam nas imediações da grande área do gol do tobogã (à direita da tribuna de honra) e na intermediária da metade do campo no lado oposto (veja quadro abaixo). Segundo o especialista, o tempo de repouso do campo serviria para o replantio e a adubagem da grama nessas áreas mais afetadas. Como o tempo até o domingo é curto, Tapia aprovou a medida anunciada por Tabajara Firpo, 58, dono da Tabajara Agropecuária, firma responsável pela manutenção do gramado do Pacaembu: cobrir as falhas com areia. No momento em que Farah fez a vistoria do gramado, o campo estava livre, mas operários, nas arquibancadas, ainda desmontavam parte da estrutura que sustentou o palco dos Rolling Stones. Placas que serviram para proteger o gramado —e que foram usadas pelo público para se livrar da chuva— formavam pilhas na beira do campo. Naquele momento, o campo apresentava muitas falhas na grama e pequenos desníveis. As placas colocadas para proteger o grama deixaram sulcos por todo o campo. Mesmo assim, Farah disse que o estádio estará em condições de jogo. "O mais importante é que ele não terá buracos ou qualquer problema que possa ameaçar a segurança dos jogadores." Visto do alto, o campo parecia uma justaposição de retângulos verde-grama, verde-claro, amarelo-esverdeado e marrons. O administrador do Pacaembu, Douglas Zambrana, disse que em princípio era contra a liberação do estádio, mas que depois mudou de idéia, sem justificar por quê. Zambrana disse que, se não viesse a chover na noite passada e se não chover hoje (leia texto acima), o campo poderá ser recuperado, ao menos parcialmente. "Diria que, se tudo correr bem, o campo pode estar 60% bom até o domingo. Desse jeito, há condições de jogo." O próprio Tabajara Firpo, no entanto, se disse contrário à realização do clássico de domingo no Pacaembu, assim como Luís Afonso de Andrade, assistente técnico da direção do estádio. Como uma "receita de curto prazo" para o jogo Corinthians x Santos, Firpo disse que a grama seria cortada bem curta para que os sulcos provocados pelas placas de madeira tivessem menor influência no percurso da bola. O corte do gramado começou a ser feito ontem à tarde e deve ser encerrado hoje. Nas áreas enlameadas, antes de depositar areia, o barro será retirado para que as folhas da grama possam respirar. Na semana que vem, será feito o replantio. Segundo Daniel Tapia, o prejuízo foi menor nas laterais das grandes áreas e na faixa central do campo. Texto Anterior: Maradona protesta contra maus árbitros; Americana quebra recorde na Finlândia; Clube contrata lateral do Flamengo; Barbaglia escreve para torcedor morto; Becker jogará na Copa Davis Próximo Texto: Previsão é de chuva no domingo Índice |
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