São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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Senadores se dizem surpresos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os senadores foram surpreendidos ontem com a revelação de que tinham eleito para ocupar a quarta secretaria do Senado uma pessoa suspeita de envolvimento com o narcotráfico, Ernandes Amorim (PDT-RO).
"Fiquei assustado", afirmou Roberto Requião (PMDB-PA). Todos os senadores ouvidos pela Folha, exceto Requião, defenderam que a imunidade parlamentar seja restrita aos crimes políticos e não proteja os acusados de crime comum. Esta é uma proposta de Pedro Simon (PMDB-RS).
O líder do PSDB, Sérgio Machado (CE), disse que o parlamentar "não pode se esconder atrás da imunidade". Para Roberto Freire (PPS-PE), o Congresso não pode se transformar em delegacia, "mas não pode impedir que a investigação seja feita pela Justiça".
Segundo Esperidião Amin (PPR-SC), é hora de mudar a tradição do Senado de não autorizar que a Justiça processe parlamentares por crime comum: "Sou a favor que o Senado autorize qualquer processo que não tenha nada a ver com o exercício do mandato parlamentar".
Para Eduardo Suplicy (PT-SP), o caso "fere a imagem da Casa" e a imunidade só deve existir para evitar processos políticos.
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), admitiu que as denúncias criam constrangimento para a Casa: "Mas estamos aqui para enfrentar tudo".

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