São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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'Pensei que o avião ia explodir'

ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

"Entramos em pânico quando viram a turbina pegando fogo, pensei que o avião ia explodir", afirmou o argentino Guillermo Baglioni, 31, um dos passageiros do boeing da Vasp que fez um pouso forçado ontem de madrugada no Aeroporto Internacional de Cumbica.
Baglioni conta que os passageiros foram avisados que o avião retornaria a São Paulo por problemas técnicos. "O comunicado do comandante deu a entender que não se tratava de nada grave", afirma.
Baglioni diz que durante o retorno do avião as luzes foram apagadas. "Um tripulante passou o tempo todo olhando pela janela para a asa afetada."
Segundo ele, os passageiros não foram orientados quanto às precauções a serem tomadas na hora do pouso. "Alguns se curvaram por conta própria, outros não mudaram de posição", afirmou Baglioni.
Segundo o folheto com instruções de segurança, num pouso forçado todos os passageiros deveriam se curvar, colocando a cabeça sobre os joelhos, com o travesseiro servindo de proteção entre o tronco e as pernas.
Muitos passageiros reclamavam que as esteiras infláveis não estavam totalmente cheias na hora em que eles saíram da aeronave.
"Tivemos que pular de uma altura de três metros de altura. Muita gente se machucou nesta queda", afirmou uma argentina de 14 anos que se identificou apenas como Bibiana.
Segundo Eduardo de Godoy, 55, assessor da presidência da Vasp, o problema pode ter sido a pressa."Provavelmente os passageiros, em pânico, não aguardaram que as esteiras estivessem totalmente cheias para sair", afirmou.
Godoy diz que o piloto teve sangue frio e foi "absolutamente correto em todos os seus procedimentos de pouso".
(RW)

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