São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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Juros sobem para conter consumo

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

Os juros subiram ontem, repercutindo a alta na prime rate (taxa preferencial nos Estados Unidos) no dia anterior e a expectativa do mercado futuro para março.
Os juros estão altos também porque há temor de liquidação de instituições em dificuldades.
Os dados mostrando aumento no consumo em janeiro fizeram com que o mercado reavaliasse a expectativa no mercado futuro de juros (DI) para março de 2,98% no dia anterior para 3,00% ontem. Os dirigentes financeiros entendem que o governo manterá os juros altos para conter o consumo.
A elevação na prime rate faz com que os investidores internacionais pensem duas vezes antes de retirarem o dinheiro da renda fixa nos EUA para apostarem no mercado brasileiro. Para evitar uma fuga ainda mais acelerada da poupança financeira interna, o governo deverá manter as taxas altas no mercado interno.
Os juros altos estão fazendo também com que os exportadores procurem fechar rapidamente o câmbio para aplicarem no mercado financeiro. As exportações estão em ritmo acelerado também desde o último dia 23, por causa do alongamento nos prazos dos Adiantamentos de Contratos de Câmbio.
O mercado entende que o Banco Central está deixando o mercado atuar entre R$ 0,84 e R$ 0,86. Ontem, porém, a cotação chegou a R$ 0,838 e o BC não atuou. O mercado acabou fechando para venda a R$ 0,84.
A alta nos juros internacionais produziu queda no índice da Bolsa do México. Os índices das Bolsas brasileiras aocmpanharam e o volume de negócios continuou em queda.
A Bolsa paulista está analisando os benefícios de implantar o sistema de "especialistas", trazendo representantes da New York Stock Exchange para discutir o assunto em fórum nos próximos dias 6 e 7. Os "especialistas" são profissionais credenciados pelas Bolsas para proporcionar liquidez (isto é, negócios) em determinados papéis.

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, anteontem, em média, 0,128%. A taxa média do over foi de 5,35% ao mês, segundo a Andima. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), a taxa média foi de 5,36% ao mês.

CDB e caderneta
As cadernetas que vencem dia 3 rendem 2,7928%. CDBs prefixados negociados ontem: entre 27% e 46% ao ano para 32 dias. CDBs pós-fixados de 120 dias: entre 13% e 14,5% ao ano mais a variação da Taxa Referencial.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 6,42% ao mês. Para 32 dias (capital de giro): entre 75% e 160% ao ano.

No exterior
Prime rate: 9,00% ao ano. Libor: 6,69% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: baixa de 2,3%, fechando com 38.978 pontos e volume financeiro de R$ 207,3 milhões. Rio: baixa de 3,1%, fechando com 17.688 pontos e volume financeiro de R$ 27,982 milhões.

Bolsas no exterior
Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.303,30 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.604,30 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,838 (compra) e R$ 0,840 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado a R$ 0,841 (compra) e R$ 0,843 (venda). "Black": R$ 0,830 (compra) e R$ 0,840 (venda). "Black" cabo: R$ 0,840 (compra) e R$ 0,845 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,830 (compra) e R$ 0,860 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: baixa de 0,30%, fechando a R$ 10,149 o grama na BM&F.

No exterior
Segundo a agência "UPI", em Londres, a libra foi cotada a 1,5820 dólar. libra. Em Frankfurt, a moeda norte-americana foi cotada a 1,5195 marco alemão. Em Tóquio, a cotação foi de 99,32 ienes. Em Nova York, a onça-troy (31,104 gramas) do ouro fechou a US$ 377,10.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para janeiro fechou em 3,29% e para fevereiro a 3,00% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para fevereiro ficou em 39.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para fevereiro fechou a R$ 0,856 e para março a R$ 0,879.

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