São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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Empresas estrangeiras ampliam presença no Brasil, diz pesquisa

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

Empresas estrangeiras ampliam presença no Brasil, diz pesquisa
O número de transações envolvendo compras de participação ou joint ventures de empresas estrangeiras com nacionais alcançou em 1994 número recordista na década.
O volume de negócios de empresas estrangeiras no país saltou de 44, em 1993, para 68 e somou US$ 787 milhões, segundo levantamento da consultoria KPMG.
O desempenho posiciona o país em patamar acima do mexicano e do argentino no ranking internacional dos negócios com empresas entre fronteiras.
O levantamento revela também ter se elevado o número de negócios de empresas brasileiras no exterior: 23 transações somaram US$ 677,6 milhões.
Além disso, ocorreram 84 fusões e aquisições entre empresas nacionais: mais US$ 543 milhões.
O levantamento apenas contabiliza valores publicamente divulgados à época da negociação.
As fusões e aquisições mundiais somaram US$ 239 bilhões no ano passado, o que representa cifra 47% superior à de 1993.
Os EUA lideram tanto o ranking de vendas quanto o de compras.
Os setores internacionais mais ativos em fusões e aquisições foram químico e farmacêutico (US$ 18 bilhões) e alimentos, bebidas e cigarros (US$ 11,3 bilhões).
Segundo analistas da KPMG, as transações internacionais entre países aumentaram tanto em volume quanto em valor no ano passado, em razão de que mais países emergiram da recessão.
Há expectativa de que a tendência de crescimento será mantida.
A previsão é válida também para o Brasil, diz David Bunce, sócio da KPMG. "Os preço de ativos no país ainda estão relativamente baixos", afirma Bunce.
É frequente os compradores desembolsarem por uma empresa o correspondente a três vezes o lucro anual. "Na Europa e nos EUA o valor corresponde a dez vezes".
Bunce afirma que algumas companhias, chocadas com a queda de seus ativos no México, hesitarão em investir na América Latina.
"Mas constituem uma minoria. As coisas podem ser favoráveis a médio prazo se o Brasil não promover uma desvalorização abrupta dos ativos das empresas".
Segundo ele, os acordos fechados no ano passado com bancos credores e o FMI reforçaram a confiança dos investidores.

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