São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995 |
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Desejo de competir faz Christian deixar a F-1 e ir para a F-Indy
MAURO TAGLIAFERRI
"Fiquei chateado de ser apenas um número na F-1, é contra os meus princípios", disse Christian, que terminou o Mundial-94 da categoria em 14º lugar, correndo pela Arrows. "Na F-1, se você não estiver numa das quatro equipes grandes, serve só para levar dinheiro para um time médio pagar suas dívidas", acrescentou. O piloto contou que tomou a decisão de abandonar a F-1 sozinho, há cerca de vinte dias. "O momento era perfeito para ir para a Indy, onde tenho chances de ser competitivo", afirmou. Mas o pacote oferecido pela Walker ajudou na escolha. A equipe levou o norte-americano Robby Gordon, que será o companheiro de Christian, ao quinto lugar da Indy em 94. Para este ano, o time de Derrick Walker trocou o chassi Lola pelo Reynard, conta com propulsores Cosworth, apoio técnico da Ford e pneus Goodyear. Mais que isso. Segundo Wilson Fittipaldi Jr., o pai de Christian, a equipe tem dinheiro suficiente para bancar tal estrutura. "Levamos entre US$ 3 e 4 milhões para a Walker. É a mesma quantia que levaríamos para a F-1. Mas, como os custos de um carro na Indy são inferiores aos da F-1, estamos bem", disse Wilson. O piloto brasileiro entra na Indy com quatro patrocinadores: Marlboro, Bardahl, Chapecó e Antenas Santa Rita, os quais terão destaque no carro branco que será dirigido por Christian. O carro não terá, porém, o nome do Banespa. Recentemente, o banco retirou seu apoio —US$ 500 mil anuais— ao piloto. A questão financeira, por sinal, foi um dos fatores que impediram um acordo entre Christian e a escuderia Tyrrell, da F-1. "Eles tinham um projeto técnico ótimo, mas não possuíam um patrocinador principal. Ou seja, quem pagaria as despesas?", disse Wilson Fittipaldi. Christian também esteve a ponto de assinar com a McLaren. "Até que surgiu o Mansell", contou Wilson. O piloto inglês emperrou as negociações do brasileiro. Nigel Mansell, aliás, deve anunciar seu contrato com a McLaren nos próximos dias. Com o ingresso de Christian na F-Indy, sobe para seis o número de brasileiros na categoria. Além dele, há Emerson Fittipaldi (Penske), Maurício Gugelmin (Pac West), Raul Boesel (Rahal-Hogan), André Ribeiro (Tasman) e Gil de Ferran (Jim Hall). Texto Anterior: Stockton, do Utah, bate o recorde de assistências Próximo Texto: Piloto vai pedir conselhos ao 'tio Emerson' Índice |
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