São Paulo, sexta-feira, 3 de fevereiro de 1995
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De olho; FHC murchou; Sintonia; Fundos de pensão; Mercado cativo; Público e privado; Gastos do Congresso; Seis por meia dúzia; Pressões canadenses; Operação Rio; "Sedentas por homens"; Paraty e a história; Amor paulistano

DE OLHO

"Excelente idéia a de publicar o caderno 'Olho no Congresso' (edição de 31/01). Parabéns. Sugiro, entretanto, que também se crie uma seção 'De olho no povo'. Com ela poderíamos conhecer um pouco do que se passa nas comunidades, como são as lideranças, como se firmaram as entidades e como se organizam para eleger nossos representantes. É preciso, além disso, um 'De olho no Judiciário."
Allen Habert, vice-presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

"Ficamos alegres pelo bom trabalho no caderno 'Olho no Congresso'. Ele possibilita ao eleitor cobrar os parlamentares por suas ações legislativas."
Marcos Antonio Limeira Pontes (Caruaru, PE)

FHC murchou
"O editorial da Folha da edição de 1/02 busca motivos para a queda brusca da popularidade do presidente Fernando Henrique Cardoso. É lúcida a análise de que a população já assimilou a 'conquista' da perspectiva (!) de uma estabilidade econômica com o Plano Real e que sente que FHC nada somou a seu grito de 'eureka'. Mas o 'affair' entre o presidente e o povo arrefeceu por questão passional. FHC impôs a nós um fardo pesado com o congelamento (srs. economistas chapa-branca, me perdoem) dos salários e a 'flexibilização' dos preços. No entanto, na hora de mostrar a cara rija da prometida etocracia para o Congresso, o presidente murchou como um bolo."
Lenita Carvalho (Cascavel, PR)

Sintonia
"A Folha, nestes períodos de relevantes transformações sociais e políticas e de desastradas ações por parte de nossos políticos, demonstrou-se de forma brilhante o meio de informação mais em concordância com os interesses do povo brasileiro."
César Francisco de Oliveira (São Paulo, SP)

Fundos de pensão
"No caso das estatais ou mesmo de empresas privadas, aqui ou em qualquer lugar, quem paga as contas dos respectivos fundos de pensão somos nós, pois estão embutidas no preço de seus produtos. Esse jornal, um poço de presunção, conhece outra maneira?"
Dorinato G. Lima (Santos, SP)

Mercado cativo
"Os presidentes das estatais, gordos e balofos, somente preocupados com suas mordomias e vantagens pessoais, são tão incompetentes que não conseguem eficiência nas suas empresas, contando, como contam, com o 'sonho dourado' de qualquer empresário: mercado cativo e submisso."
Juan Guglielmo (São Paulo, SP)

Público e privado
"O cinismo do presidente FHC, de seus ministros, de parlamentares no episódio do reajuste salarial não nos deixa dúvidas: entregamos o poder deste país a pessoas sem o mínimo escrúpulo. Foi dito: 'Nas empresas privadas ganhariam mais!' Que seja. Mas se um cidadão entra na política com o espírito com que está numa empresa privada, Deus nos livre e guarde..."
Sávio Corinaldesi (Altamira, PA)

Gastos do Congresso
"Depois do aumento dos próprios salários, a reforma e a reacomodação dos parlamentares nos novos gabinetes do Congresso Nacional é mais um gasto exorbitante que causa revolta na população, pois com esse dinheiro daria para construir 640 casas populares."
Angela Cristina de Moraes (Maringá, PR)

Seis por meia dúzia
"Sai Lucena, entra Sarney; sai Inocêncio, entra Luís Eduardo Magalhães. Que Deus nos proteja!"
Neide De Zotti (São Paulo, SP)

Pressões canadenses
"Complementando a nota de Barbara Gancia sobre os esforços do governo canadense em obter a libertação dos terroristas que sequestraram o empresário Abílio Diniz, cabe lembrar que sua repatriação é, inclusive, inconstitucional. Espera-se que o governo brasileiro não ceda às pressões."
Luiz Eduardo Gonçalves Gabarra (Rio de Janeiro, RJ)

Operação Rio
"O primeiro artigo da Constituição brasileira diz que soberania é fundamento da República Federativa do Brasil. Agora que o Exército nacional se retira, 'para evitar maiores desgastes da sua imagem junto à opinião pública', segundo o noticiário, como fica essa soberania que nos morros do antigo Distrito Federal está em poder do narcotráfico internacional?"
Fernando Salinas Lacorte (Rio de Janeiro, RJ)

"Sedentas por homens"
"Mais uma vez constatam-se atitudes preconceituosas, estereotipadas e tabuísticas em novela da Rede Globo. Desta feita em 'Quatro por quatro' quando, jocosamente, é insinuado que uma enfermeira (velha, feia e solteirona —'sedenta por homens') seria capaz de ajudar a desvendar segredos em troca de 'favores sexuais' de um médico (jovem, bonito e viúvo— 'irresistível'). Até quando mulheres enfermeiras, seremos duplamente atingidas pela imundície de esgotos televisivos?"
Rosa Maria Godoy Serpa da Fonseca, professora docente da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)

Paraty e a história
"A respeito das opiniões sobre Paraty citadas nesta seção em 31/01, tenho algumas considerações: um museu é uma das maneiras, talvez a mais óbvia, de se contar a história de um povo ou de um local. O que se poderia encontrar num museu em Paraty encontra-se nas próprias ruas, que foram cenário de parte de nossa história e que, com um mínimo de curiosidade —sem esperar esbarrar em informações via vitrines de museus— pode-se obtê-las através de várias outras formas. No 'point' da juventude turista, fica o Departamento de Patrimônio Histórico, que pode ser uma fonte interessante."
José Américo Pinto Lopes (São Paulo, SP)

Amor paulistano
"São Paulo já não é mais a cidade decantada pelos poetas, romancistas e compositores de 15 ou 20 anos atrás. 'São Paulo meu amor', cantava o poeta vindo do norte, e 'quanta dor!' sublinhava no final de cada estrofe. Eram, porém, uma dor e um amor humanos. Agora mudou. Tudo mudou. Trata-se de um amor irracional e inconsistente, mutante, e de uma dor profunda na sua realidade, mas incapaz de contagiar e de levar a ações de respostas, de conjunto. Está na hora de curtir o desafio. Ter uma cidade rica em soluções comunitárias, que se levanta como exemplo de solidariedade para mostrar como se pode e se deve viver."
Mário García-Guillén (São Paulo, SP)

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