São Paulo, sábado, 4 de fevereiro de 1995
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Água começa a baixar na Holanda inundada

ROGÉRIO SIMÕES
DE LONDRES

O nível das águas na Holanda começou a baixar ontem, mas as autoridades ainda não sabiam quando todos os que abandonaram suas casas poderão retornar. Em muitas áreas ainda há perigo de derrubada dos diques.
Cerca de 250 mil pessoas tiveram que ser levadas para abrigos no país por causa das enchentes, que já mataram 30 pessoas em todo a região noroeste da Europa.
As áreas mais ameaçadas por uma possível derrubada dos diques holandeses estão praticamente vazias e, segundo as autoridades locais, mesmo que eles não aguentem não deverá haver vítimas.
Em Lobith, próximo ao rio Reno, as pessoas se recusaram durante dias a deixar suas casas e tiveram que sair sob a ameaça de multa ou mesmo de prisão.
Em Opijnen, uma das áreas mais atingidas pela enchente, a água baixou sensivelmente, mas a situação, segundo a polícia, ainda é bastante crítica.
A região que mais sofreu com as chuvas é usada principalmente para a criação de gado. Os animais também foram retirados da área durante a semana.
Na província de Limburg, as perspectivas são melhores. Muitas pessoas começaram a voltar às suas casas. Cerca de 13 mil pessoas deverão retornar neste fim-de-semana, se as chuvas fortes não voltarem à região.
Segundo a previsão do tempo, o noroeste da Europa será poupado nos próximos dois dias, mas ainda haverá pontos com chuvas leves.
Vários diques holandeses da região atingida pelas inundações são muito antigos, alguns da Idade Média. As autoridades do país têm sido acusadas nos últimos dias de não terem feito a manutenção necessária para que eles aguentassem uma enchente como a atual.
Em 1º de fevereiro de 1953, o rompimento de diques no sul do país provocou a morte de 1.835 pessoas, quando as águas do mar do Norte romperam as barreiras.
O ministro holandês do Interior, Hans Dijkstal apelou aos chamados "turistas do desastre" que fiquem longe das áreas mais atingidas. O governo levantou US$ 24 milhões em doações para ajuda aos desabrigados.
Na Inglaterra as águas também continuam a baixar, depois que a situação se agravou na metade da semana, com enchentes no norte e no País de Gales (leste).

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