São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995 |
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Crise mexicana põe FMI em xeque
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O México, junto com o Chile e a Argentina, era uma das jóias da coroa do ideário de política econômica que dominou o mundo durante a década de 80 e se consagrou com a fragmentação do bloco socialista da Europa. Em princípio, o México fez tudo certo. Como pode ter chegado a ponto tão próximo ao que estava em 1982, quando decretou a moratória de sua dívida externa e jogou o mundo em outra crise financeira? Camdessus passou a semana tentando explicar a jornalistas e representantes dos países-membros do Fundo que a situação do México agora é diferente e melhor do que a de 1982 e que os problemas, afinal, não são tão grandes. O que aconteceu no México é que o governo se endividou demais para atender às demandas do "consenso de Washington" sem cortar gastos o suficiente para poder poupar e pagar suas dívidas. É um problema de liquidez, como Camdessus fez questão de ressaltar, sem características de uma crise sistêmica. Mas foi suficiente para deixar a comunidade financeira internacional em pânico, forçar o presidente dos EUA a um enfrentamento humilhante com o Congresso e mostrar como o FMI está fraco diante da realidade. O próprio Camdessus admitia na sexta-feira que o Fundo precisa de "mais poder e mais recursos" para lidar com situações similares no futuro. (CELS) Texto Anterior: Parlamentares dos EUA ignoram lideranças Próximo Texto: Desânimo é perspectiva do planeta para 95 Índice |
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