São Paulo, domingo, 5 de fevereiro de 1995 |
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'Dança do Jhaco' é o hit de 95 na Bahia
LUIZ FRANCISCO
Música mais executada nas emissoras FM da Bahia, "Jhaco" acabou com a hegemonia do "Requebra" (gravado pelo bloco afro Olodum), o maior sucesso do Carnaval baiano no ano passado. O cantor e compositor Antonio Carlos Gomes Conceição, o "Tonho Matéria", que uniu as sete músicas, disse que sua agenda de shows está completa até o final de março. Antes de gravar "Jhaco", Tonho Matéria fazia em média quatro shows por mês na periferia de Salvador (BA). "Agora, tem semana que faço dez", disse o compositor, que cobra R$ 12 mil por apresentação. Tonho Matéria disse que o "Jhaco" é uma "pagolada, com temperos de samba, axé music, timbalada e salsa". A letra da música tem duplo sentido e sugere muito movimento nos quadris. Lançada inicialmente apenas nas comunidades negras de Salvador, "Jhaco" já invadiu até os bairros da elite soteropolitana. "Esta música demonstra toda a criatividade e sensualidade dos baianos", disse a estudante paulista Joseane Nery de Souza, 22. O nome da música foi inspirado na expressão "tcheco", que os baianos usam para reproduzir movimentos da água, quando tomam banho de bacia. Tonho Matéria disse que criou um nome semelhante para evitar o "sentido pornográfico" da expressão. Com apenas três dias de divulgação, a música já estava em quarto lugar entre as mais executadas nas rádios da Bahia. O compositor disse que a letra de "Jhaco" surgiu dos movimentos de rua da Bahia. "Em cada bairro de Salvador há inovações musicais". Tonho Matéria disse que não inventou a coreografia da música. "A própria letra ensina a dançar". O dançarino Osmar Santos Bonfim, 28, disse que a principal diferença do "Jhaco" para o "Requebra" está nos movimentos de descida e subida do corpo. Segundo o dançarino, no "Jhaco" deve-se "descer agressivamente e subir mostrando toda a sensualidade". No "Requebra", a descida e subida eram sensuais. A dancarina Lili Carvalho, 26, disse que a música aumentou a oferta de trabalho para os profissionais da área. "Os turistas querem aprender a dançar a música de qualquer jeito". Texto Anterior: Guerreiro era líder em quilombo Próximo Texto: Troca de enredo por patrocínio fracassa Índice |
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