São Paulo, segunda-feira, 6 de fevereiro de 1995
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Cratera sobre a Lua é a maior do Sistema Solar

DA NEW SCIENTIST

A sonda espacial Clementine, enviada pela Nasa à Lua, encontrou no seu lado escuro do satélite a maior cratera conhecida do Sistema Solar, cobrindo quase um quarto da superfície do satélite.
Com 2.500 quilômetros de diâmetro e 13 de profundidade, ela também é a cratera mais profunda do nosso sistema planetário. Os cientistas acreditam que o buraco, batizado de Cratera Aitke do Pólo Sul, é resultado da colisão com um objeto de cerca de 20 quilômetros de diâmetro.
O choque teria acontecido entre 3,8 e 4,3 milhões de anos atrás. É o mais antigo acidente geográfico do satélite.
Fotos anteriores já mostravam as bordas da cratera, mas não permitiam que fossem identificadas como partes de um único acidente.
Durante sua visita de 70 dias Lua, a sonda realizou um mapa topográfico de toda asuperfície.
Apesar de outras espaçonaves já terem preparado mapas similares do equador lunar, este é o primeiro a dar uma cobertura tão completa.
Ele revela que a diferença de altitude entre os pontos mais altos e mais baixos da Lua passa dos 16 quilômetros. As missões Apollo haviam estimado essa diferença em 12 quilômetros.
A Lua é muito mais heterogênea e mais interessante do que pensávamos, disse Maria Zuber, do Centro Goddard de Vôo Espacial, da Nasa.
Os cientistas imaginavam que superfície primitiva da Lua era plástica e quente.
Se assim fosse, as rochas da nova cratera teriam se esparramado e se tornado planas com o tempo, diminuindo a profundidade do acidente geográfico.
A relação da cratera entre diâmetro profundidade, igual a de cratera mais jovens, permitiu, entretanto, que os cientistas concluíssem que a superfície da Lua se esfriou muito antes do que o imaginado.

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