São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 1995
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Falta de escala prejudica mercado no Brasil

DA ENVIADA ESPECIAL

Produção em escala insuficiente e a não-padronização do produto são os maiores empecilhos ao crescimento do comércio de escargots no Brasil.
A opinião é do criador José Roberto Pereira Silva, que está na atividade há dez anos. Silva é proprietário do restaurante L'Escargot, em Ribeirão Preto (SP).
"A única forma de expandir o mercado é entregar a produção de forma regular, no tamanho correto e dentro dos padrões, para não deixar o cliente na mão quando ele precisa", afirma.
Na opinião dele, isto só é possível em criações com 4.000 ou 5.000 animais.
"Para que tudo dê certo, é preciso muita dedicação, limpeza rigorosa e um cuidado constante com a umidificação", diz Silva.
Segundo o pesquisador Pedro Pacheco, há uma demanda significativa pelo produto em restaurantes de São Paulo, da Bahia e do Rio de Janeiro.
"Na Bahia os escargots estão sendo vendidos até em barracas, na rua", diz.
Segundo ele, o teor de proteína da carne do gigante-africano é uma das grandes vantagens do alimento, variando entre 16% e 18%.
Outra opção, a médio e longo prazo, seria o mercado externo. "O potencial é enorme. Os EUA, por exemplo, importam da França US$ 200 milhões em escargots enlatados", diz.
O quilo do produto custa entre US$ 20 e US$ 30.
Pacheco acredita que, com uma criação com 10 mil animais, uma pessoa consiga receita suficiente para viver exclusivamente da atividade.
Para Augusto Teixeira Mendonça, criador há três anos, o segredo do sucesso é reinvestir todo o lucro no próprio negócio nos dois primeiros anos.

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