São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 1995
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Chuvas matam 17 em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

As chuvas que atingem a Grande São Paulo já mataram 34 pessoas nos últimos sete dias.
Ontem, 17 pessoas morreram em desabamentos —7 na capital. As outras dez mortes foram registradas em Itapevi (4), Cotia (2), Barueri, Cajamar, Mauá, São Bernardo do Campo e Embu (1 cada).
Nos seis primeiros dias de fevereiro foram registrados 185,5 mm de chuva na capital, índice superior aos 170,8 mm verificados durante o mês de fevereiro de 1994.
Segundo a meteorologia, as chuvas das últimas semanas —as maiores desde janeiro de 1987— são provocadas por frente fria quase estacionária (veja abaixo). A chuva deve continuar hoje.
Com as chuvas, aumentou em janeiro o número de casos de leptospirose. A doença é causada por contato com água contaminada por bactéria presente na urina de ratos.
Foram registrados em janeiro 46 casos suspeitos da doença (12 confirmados), contra dez em janeiro de 94. Duas pessoas morreram este ano —uma em janeiro de 94.
O bairro do Limão (zona norte) ficou sem luz das 6h às 8h30 devido ao choque de um ônibus num poste. Após esse horário, 600 casas ao longo da marginal Tietê ficaram sem energia até as 14h40, quando o poste foi consertado.
Outras 1.500 residências ficaram sem luz por mais de 24 horas em Taboão da Serra, Embu, Itapecerica da Serra e Cotia. Não havia previsão de conserto. Técnicos da Eletropaulo não conseguiam chegar aos locais devido às enchentes.
As chuvas provocaram queda de barreiras em quatro rodovias paulistas: Anhanguera, Raposo Tavares, Castelo Branco e Régis Bittencourt. Na Anhanguera, houve lentidão no trânsito das 16h às 18h devido a deslizamentos entre os kms 20 e 58, sentido interior.
O prefeito Paulo Maluf disse ontem que deve investir até o final de sua gestão US$ 1 bilhão em obras de contenção de enchentes para resolver o problema nos pontos críticos da cidade.
Maluf diz que não é necessário limpar mais as ruas e os bueiros. "Quando assumi, passamos a varrer o centro nove vezes por dia. Antes, se varria apenas quatro."
Maluf disse que a população deve sujar menos as ruas. "Quanto maior a extensão de ruas asfaltadas, mais impermeável fica o solo e a tendência da água é "procurar a calha dos córregos e rios".

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Sobre as chuvas nas págs. 2 e 4

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