São Paulo, terça-feira, 7 de fevereiro de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Trânsito cresce 200% em horário de pico
AUGUSTO GAZIR; AURELIANO BIANCARELLI
No horário de pico da manhã de ontem foi registrado um congestionamento de 81,3 km. A média em janeiro foi de 38,2 km. A marginal Tietê teve à tarde engarrafamento de 35 km. A marginal Pinheiros registrou 9 km. As pistas da marginal Tietê nas regiões das pontes Aricanduva (zona leste) e Casa Verde (zona norte) ficaram alagadas e bloqueadas até a noite. A situação voltou ao normal nas marginais às 23h. A CET deixou aberto o elevado Costa e Silva, que normalmente fecha às 21h30, como opção para o motorista fugir das marginais. Nos Jardins (zona oeste), o trânsito ficou confuso das 14h30 até as 15h30. Faltou luz e os sinais de trânsito ficaram apagados nas principais ruas do bairro. O córrego Pirajussara, que faz a divisa de São Paulo com Taboão da Serra, transbordou, bloqueando o trecho da rua José Felix com avenida Francisco Morato (zona oeste) durante a tarde. Na zona sul, a avenida Guarapiranga ficou alagada em vários pontos. Postes e árvores caíram na estrada M'Boi Mirim, congestionando o trânsito da região. As avenidas Zacki Narchi, na zona norte, e Aricanduva, na zona leste, também ficaram alagadas. Fim de férias Milhares de pessoas ficaram presas por mais de quatro horas nos dois sentidos da marginal Tietê. Motoristas abandonaram seus caminhões e se juntaram em grupos para conversar. Famílias inteiras, voltando de férias, procuravam sanduíches e banheiros para as crianças. A estudante Fabrícia Oliveira, 17, disse que ficou com medo da cidade. Ela e oito familiares voltavam de férias de Cabo Frio (RJ) em direção a Cuiabá (MT), onde moram. "Eu insisti com meu pai para que pegasse a rodovia D. Pedro e não passasse por São Paulo", lamentava Fabrícia. Ela e dois irmãos menores andavam entre as filas de caminhões, junto à ponte das Bandeiras, à procura de um banheiro. O engarrafamento atrapalhou a excursão de 27 turistas que saíram do Rio e seguiam para as serras gaúchas. "Tínhamos jantar e hotel reservados em Curitiba", disse o motorista Jorge Trindade, 45. "Vamos comer sanduíche pelo caminho e dormir na estrada." A estudante Raquel Simas, 13, preferia ficar fora do ônibus observando. "Vou ficar com a imagem de que São Paulo é uma grande fila de caminhões." O comerciante carioca Paulo Roberto Araújo, 38, vinha do Rio com a família e seguia para a Barra Funda (zona oeste). Ficou preso na marginal a menos de um quilômetro de seu destino. "Tô levando na esportiva", dizia. Entre os caminhões, carros e ônibus parados, uma dezena de vendedores oferecia cerveja, água e salgadinhos. "Essa é a melhor clientela", brincava Fernando da Silva, 17, um dos garotos que vendiam cerveja. (Augusto Gazir e Aureliano Biancarelli) Texto Anterior: Estudante troca aula por restaurante; Chuva dá clientes a motel na marginal; Ligação para emergência é gratuita Próximo Texto: Alagamento afeta acesso a estradas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |