São Paulo, quarta-feira, 8 de fevereiro de 1995 |
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Guerra prejudica economia
FERNANDO CANZIAN
Inimigos mortais há quase um mês, Equador e Peru eram parceiros comerciais até antes da guerra. No ano passado o comércio bilateral entre os dois países totalizou US$ 220 milhões. Desse total, US$ 160 milhões referem-se a produtos e bens equatorianos vendidos no Peru. Os US$ 60 milhões restantes fizeram o caminho contrário. O grosso das exportações do Equador ao atual inimigo é o petróleo —US$ 80 milhões em 1994. O restante está dividido em cacau, cerâmica e alguns produtos industrializados. Equador e Peru também estão sendo obrigados a arrochar ainda mais suas economias para sustentar a situação de guerra. No Equador, o conflito detonou medidas nunca antes colocadas em prática em país que tem um índice de desnutrição infantil de 50%, uma taxa de analfabetismo superior a 14% e um desemprego na faixa de 7%. O Equador tem 11,4 milhões de habitantes e o Peru 22,1 milhões. No Equador, a população economicamente ativa é de 3,7 milhões e no Peru de 8,1 milhões. Em três dias, o governo e as emissoras do Equador conseguiram retirar US$ 2,5 milhões da população em dinheiro e alimentos através da telemaratona, organizada para ajudar as tropas do país. O conflito, também aumenta a tendência do governo de bombearem dinheiro das áreas sociais para as militares. O Orçamento do Equador, este ano, por exemplo, totaliza US$ 3,4 bilhões, dos quais, US$ 1 bilhão com os militares. No Peru, o percentual é semelhante. Para agravar ainda mais o quadro de pobreza, o clima de guerra e instabilidade resultou em uma retirada maciça de investimentos estrangeiros dos dois países. A inflação voltou a ser o problema. No ano passado, a taxa no Equador foi de 25%. Mas somente em janeiro subiu 3%, o que equivale a uma projeção para 1995 de quase 43%. (FCz) Texto Anterior: Jornais acusam Chile por conflito Próximo Texto: Prêmie da Espanha vai enfrentar hoje por prova de fogo Índice |
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