São Paulo, quinta-feira, 9 de fevereiro de 1995 |
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Mortes foram em áreas da prefeitura
ALESSANDRA BLANCO
O prefeito Paulo Maluf disse anteontem que a prefeitura não tem como evitar os desabamentos porque não pode construir muro de arrimo em terrenos particulares. "As pessoas invadem áreas de risco porque não há casas", disse. O advogado Adilson Dallari, 51, afirmou ontem que as vítimas de desabamentos em áreas da prefeitura podem pedir indenização. "Se a prefeitura sabia que era uma área de risco e se omitiu, não pode ser tolerado", disse. São Paulo tem de 500 a 600 áreas de risco, segundo a Secretaria das Administrações Regionais. Quando a área é particular, cabe à prefeitura notificar o proprietário sobre o perigo de desabamento e intimar o morador a construir muros de arrimo para evitar acidentes. Se o terreno pertence à prefeitura, é obrigação da Secretaria das Administrações Regionais (SAR) retirar os moradores. Segundo a assessoria de imprensa da SAR, esse trabalho não funciona porque não há locais para alojar todas as pessoas que vivem em áreas de risco. A solução então seria fazer pequenas obras nestas áreas que evitassem os deslizamentos. O secretário de Serviços e Obras e de Vias Públicas, Reynaldo de Barros, disse ontem que não tem condições de fazer obras nas áreas de risco da prefeitura. "A cidade tem centenas de áreas de risco. A prefeitura está fazendo obras de grande, médio e pequeno porte para a população que paga impostos e que tem direito de exigir serviços", disse. Para Reynaldo, a prefeitura só poderia ser culpada pelos desabamentos se algum morador apresentasse um documento com a permissão para estar naquele local. "Mas eles são invasores. Ninguém toma conhecimento dessas áreas até ocorrer acidentes", disse. O secretário esteve ontem na favela Real Parque, no Morumbi (zona oeste), e ordenou a execução de obras no local para evitar deslizamento. A área é da Eletropaulo. "Isso só será feito porque é uma emergência. Ou fazemos ou vai acontecer um acidente muito pior porque a superfície está cedendo e os barracos podem cair." A SAR informou ontem que vem fazendo pequenas obras como canalização, contenção, drenagens e urbanização em áreas onde não consegue retirar os moradores. A assessoria de imprensa não soube informar quantas obras já foram realizadas e quanto dinheiro já foi gasto. Anteontem mais uma pessoa morreu vítima de desabamento em Santo André (Grande São Paulo). Chega a 23 o total de mortos. Texto Anterior: Marília Gabriela deixa a Bandeirantes; O NÚMERO; Buracos triplicam na região do ABCD; Verba para duplicar BR-101 sairá este ano; Deslizamento ameaça 3 mil no litoral paulista; Carga de carreta cai sobre Fiat e mata um Próximo Texto: Chuvas deixam 7.500 sem aulas Índice |
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