São Paulo, quinta-feira, 9 de fevereiro de 1995
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Ensaios de blocos rivais reúnem 2.000 pessoas

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

O Carnaval de rua está de volta no Rio. Desde o início do mês, blocos e bandas vêm reunindo centenas de pessoas em seus ensaios.
A partir de sábado começam os desfiles, com a saída da Banda de Ipanema pelas ruas do bairro, na zona sul da cidade.
Outros blocos badalados são o Simpatia é Quase Amor, o Sovaco do Cristo e a Banda do Leblon. Fundados por moradores da zona sul carioca, seus desfiles reúnem artistas e personalidades.
Os ensaios do Simpatia e do Sovaco têm reunido cerca de 2.000 pessoas nos fins-de-semana no Clube do Condomínio, no Horto (zona sul da cidade).
O clube virou "point" carnavalesco e palco de uma disputa que lembra os tempos das cantoras Emilinha e Marlene.
Os adeptos dos blocos não se misturam. O Simpatia, que nasceu em Ipanema, ensaia aos sábados.
O Sovaco, criado por moradores do Horto, bairro que fica na subida do morro do Corcovado —logo abaixo da imagem do Cristo—, ensaia aos domingos.
"O Sovaco é o máximo", diz Angela Almeida, uma das fundadoras. "Quem quer brincar Carnaval sai no Simpatia", afirma Henrique Brandão, também fundador.
Para evitar os "confrontos" carnavalescos, os dois vão desfilar em dias diferentes. No sábado, dia 18, o Simpatia sai pelas ruas de Ipanema a partir das 16h.
No domingo, dia 19, os foliões do Sovaco desfilam pelas ruas do Jardim Botânico e da Lagoa (ambos na zona sul).
A Banda de Ipanema faz este ano seu 31º desfile. A banda sai sábado às 16h da praça General Osório.
Vai percorrer as ruas do bairro "sem ninguém ilustre, mas com um monte de gente anônima e feliz", diz Albino Pinheiro, fundador da banda.
Planos grandiosos tem outra banda famosa, a do Leblon, que quer virar escola de samba.
"O nome será escolhido pelos foliões, mas há uma forte corrente querendo que seja Boêmios do Leblon", diz João Pontes, diretor da banda.
Os planos já fizeram a banda preparar para o dia 18 um desfile quase oficial —haverá um enredo, mostrando que Tom Jobim era fã do Leblon.
"Afinal de contas, em qual bairro fica a Plataforma?", pergunta Pontes, referindo-se à churrascaria favorita do compositor.

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