São Paulo, quinta-feira, 9 de fevereiro de 1995
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Servidores municipais ameaçam parar hoje

ANDRÉ MUGGIATI ANTÔNIO ROCHA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os funcionários públicos municipais decidiram numa assembléia com cerca de 200 pessoas entrar em greve a partir das 10h de hoje. A categoria tem 165 mil funcionários.
A assembléia foi realizada em frente à Câmara Municipal, às 20h30 de ontem, após os vereadores suspenderem a sessão devido ao tumulto criado por um grupo de cerca de mil servidores que tentavam invadir o plenário.
Os funcionários querem que o governo retire da Câmara um projeto do prefeito Paulo Maluf que cancela a lei 10.688 de 1988. A lei obriga a prefeitura a destinar entre 47% e 58% de sua receita para o pagamento de salários.
Se a lei for mantida, os funcionários vão ter um aumento entre 80% e 106% este mês, segundo o sindicato dos servidores municipais, devido à arrecadação do mês de janeiro, que aumentou por causa do início do pagamento do IPTU.
A prefeitura afirma que pretende alterar esta lei e criar uma política salarial para os servidores que vai definir a periodicidade dos reajustes, que segundo o secretário Celso Pitta, das Finanças, pode até ser anual.
O projeto que altera a lei foi enviado pelo prefeito à Câmara, em regime de urgência, na segunda-feira. Na terça-feira passou por três comissões que o analisaram conjuntamente e enviaram ao plenário para discussão e votação. Ficou decidido que o projeto seria votado ontem.
Desde o início da sessão, às 15h, houve tumultos. Cerca de 300 funcionários da prefeitura faziam manifestação em frente ao prédio, enquanto os vereadores votavam outros projetos.
Às 17h começou a discussão do projeto sobre o reajuste dos salários, com os vereadores do PT tentando obstruir os trabalhos para impedir a votação. Às 17h30 as discussões foram interrompidas porque os manifestantes invadiram a Câmara.
A interrupção durou uma hora, enquanto os vereadores tentavam negociar a retirada dos invasores. Às 18h30 a sessão foi encerrada, sem a votação do projeto. Está marcada para as 10h de hoje uma audiência pública para discutir o assunto.

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