São Paulo, quinta-feira, 9 de fevereiro de 1995
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O Maracanã causa inveja em paulista

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, falava eu da força da "'zona da bola" e o que nós vemos: os times de Campinas levam um balaio com onze gols. É mole?

O novo esquema do Valdir "Marlon Brando" Espinosa funcionou muito bem, ontem —até auxiliado pelo gol esquisito do rei Roberto Carlos antes do primeiro minuto e com a expulsão do Índio.
(Aliás, Índio jogando no bugre é redundância, não é mesmo?).
Com o "eu sou terrível" Edmundo em forma, com a centopéia Rivaldo com folego, e com a insuperável leveza do Válber, o Palmeiras entra de novo no páreo.
Aliás, derrapando na raia.

O melhor da vitória do Palmeiras foi que, além de conseguir os seus primeiros três pontos, ele retirou outros três do Guarani —impedindo a disparada na tabela do alviverde campineiro.

Se a estratégia do presidente do Guarani, Beto Zini, é não pôr o Luizão e o Amoroso para jogar para poder vendê-los, ele que se cuide.
Sem os dois, o Guarani, que pintava como a grande coqueluche deste campeonato, não é lá essas coisas não.

Não era só a lama a atrapalhar o Corinthians ontem. O posicionamento do meio-de-campo também precisa ser bastante corrigido (ainda mais quando se joga com três volantes).

O Ronaldo levou um tempo do Dorival Caymmi para sair no Silvinho. Este, lépido, faturou o gol da Ferroviária. Afe!

Naquele pantanal todo, o Souza conseguiu mostrar que é um cracão de bola.
Mas o Mário Sérgio tem tarefa importante na sua (dele) formação: fazer ele tocar a bola mais rápido.

Corria o primeiro tempo do fatídico jogo entre Milan e Genoa, há dois domingos, na Genova onde morou o filósofo Nietzsche. Falta na entrada da área, contra o time milanês.
O ataque do Genoa tenta cobrar daquele jeito improdutivo, em três toques. O Milan toma a bola antes do arremate contra sua e meta e aí... bem, aí se vê uma bela lição de futebol.
Cinco ou seis jogadores, em linha, saem imediatamente para o contra-ataque, tocando a bola. Só param do outro lado, dentro da área do Genoa.
Uma pena, não fizeram o gol. Se tivessem marcado, seria, a seu modo totalmente diferente, um gol tão bonito quanto o do lateral Lasa, do Real Madrid.
Desde a Holanda, de 74, não se via algo tão assombroso: um tropel arrancando contra a meta adversária. Este vacilante Milan, de vez em quando, tem os lampejos do Milan da era Sacchi. Ainda bem.

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