São Paulo, quinta-feira, 9 de fevereiro de 1995 |
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Raça, religião e ideologia criam 'rotas proibidas'
EDSON FRANCO
Além de bagagens, passaporte, bilhete aéreo e hotéis, o viajante precisa se preocupar também com conceitos de pureza étnica ou se o seu ideário respeita os preceitos do profeta Maomé, por exemplo. Quando o viajante é do sexo feminino, o preconceito pode mostrar contornos ainda mais hostis. Que o diga aquelas que se aventuraram por alguns países asiáticos e do Oriente Médio. Os casos de intolerância e incompreensão se sucedem. São franceses que não podem viajar à Argélia. Lá, fundamentalistas muçulmanos estão empenhados em garantir a eles uma viagem só de ida. No Egito, os fundamentalistas usam ataques a turistas para propagandear sua causa: a transformação do país em Estado Islâmico. Turistas também são alvos preferenciais de grupos guerrilheiros na Índia e no Camboja. Quem pensa estar livre de problemas em países do Primeiro Mundo está enganado. Liderados pelo presidente da Frente Nacional (partido de extrema direita), Jean-Marie Le Pen, parte dos franceses ressuscitaram lemas de pureza étnica. Eles não toleram turistas e imigrantes. Pureza étnica também faz parte do ideário dos neonazistas "skinheads" na Alemanha. O racismo já está enraizado na cultura norte-americana. Quer de maneira mais hipócrita, nos Estados ao norte do país, ou de forma declarada, como no sul. Mesmo em lugares onde a intolerância diminuiu por decreto, a situação ainda está longe do ideal. Atentados de parte a parte ameaçam os acordos assinados pelos líderes israelenses e palestinos. Na África do Sul, turistas negros precisam afirmar que são estrangeiros para serem respeitados. Texto Anterior: Diversidade torna região 'meca' dos ecologistas Próximo Texto: Todo cidadão é um xenófobo universal Índice |
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