São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 1995
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Decisões frustram mercado, diz Modiano

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e da extinta Comissão Diretora do Programa de Privatização, Eduardo Modiano, disse à Folha que as decisões da primeira reunião do Conselho Nacional de Desestatização decepcionaram o mercado.
O Conselho, presidido pelo ministro-chefe da Casa Civil, Clóvis Carvalho, limitou-se a marcar a data do leilão da Escelsa (Espírito Santo Centrais Elétricas) para 10 de maio e a anunciar que o governo quer vender participações no setor petroquímico —que deveriam ter sido vendidas em 94— no primeiro semestre deste ano.
As decisões, segundo o ministro, atenderam a uma determinação do presidente Fernando Henrique Cardoso para que as privatizações fossem aceleradas. Mas as empresas incluídas no pacote estão no programa desde 1991 e 1992.
Reavaliação
A Escelsa e as empresas petroquímicas deveriam ter sido todas privatizadas em 1994. O processo foi interrompido em agosto por ordem do ex-presidente Itamar Franco, que pediu reavaliação do assunto para evitar possíveis perdas de dinheiro nas vendas.
Em janeiro, a diretora de Privatização do BNDES, Elena Landau, disse que seria fácil retomar as vendas das petroquímicas e da Escelsa por serem processos já encaminhados e pendentes apenas de revogação da ordem de Itamar.
No setor petroquímico, quase todas as operações são vendas de participações minoritárias da Petroquisa (subsidiária da Petrobrás). Há, ao todo, 19 participações ainda não passadas ao setor privado. A única de maior porte é a venda de 47% da Copene (Companhia Petroquímica do Nordeste).
Eduardo Modiano disse que, além da não inclusão de grandes empresas no programa, ele lamentou que o governo não tivesse anunciado nada sobre a venda de outras grandes empresas já incluídas, como a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), cujo processo está praticamente paralisado.

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