São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 1995
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Leptospirose mata 7 e infecta 97 em SP

DA REPORTAGEM LOCAL

Sete pessoas morreram de leptospirose no Estado de São Paulo desde o início do ano. O número de casos suspeitos da doença chega a 97 em São Paulo, dos quais 38 na capital e 21 em Sorocaba.
Na Grande São Paulo, médicos sanitaristas acreditam que possa haver aumento significativo do número de casos a partir da próxima semana, como consequência das enchentes que atingiram a região.
O tempo de incubação da leptospirose varia de uma semana a 15 dias. A doença é transmitida pelo contato da pele com água ou lama contaminada por uma bactéria, comum na urina de ratos.
Águas de esgosto ou de córregos poluídos por dejetos sanitários costumam apresentar a bactéria leptospira, da leptospirose, além do vírus da hepatite e das bactérias que causam cólera e tifo.
A contaminação depende, porém, de uma série de fatores. No caso da leptospirose, grau de concentração da bactéria, estado geral da pessoa, acidez e tempo de exposição à água, entre outros, favorecem (ou não) o contágio.
Mesmo que o organismo seja contaminado, o desenvolvimento da doença varia de sintomas como os da gripe (dor de cabeça e febre) a quadros graves, de insuficiência renal e hepática, que podem causar a morte (veja quadro ao lado).
O Hospital Emílio Ribas, especializado em doenças infecciosas, tem no momento seis pacientes com sintomas de leptospirose.
O funcionário municipal Ezequias Xavier Ribeiro, 31, contraiu a doença enquanto trabalhava na remoção de detritos em Taboão da Serra (Grande São Paulo).
"Retirei lama das enchentes na sexta-feira e no domingo comecei a sentir dores nas costas e pernas. Na sexta, trabalhamos todos sem luvas e botas", diz Ribeiro.
No mesmo quarto está Valdinor Alves, 21, com suspeita de leptospirose, mas que não ficou doente com as enchentes —o carro em que viajava caiu no rio Tietê.

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