São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 1995
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Maluf nega declaração de Barros

DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, disse que o secretário Reynaldo de Barros (Vias Públicas e Serviços e Obras) negou as declarações publicadas ontem pela Folha.
O secretário havia dito que a prefeitura está fazendo obras para a "população que paga impostos e que tem direito de exigir serviços".
"Entre a reportagem da Folha e a palavra do doutor Reynaldo, eu fico com a palavra do doutor Reynaldo", afirmou.
Barros disse anteontem que a atual gestão trabalha "para quem paga impostos" ao ser questionado sobre as nove mortes ocorridas em áreas da prefeitura por desabamentos.
Como as áreas eram da prefeitura, era obrigação da SAR (Secretaria das Administrações Regionais) remover as pessoas das áreas de risco ou realizar obras para evitar acidentes.
Segundo Maluf, o secretário, prefeito biônico da cidade de 1979 a 1982, tem "uma vida dedicada aos pobres".
Maluf disse que Barros é um dos autores do projeto Cingapura (construção de moradias populares em áreas de favelas) e construiu a Cohab 1 e a Cohab 2 quando era prefeito.
"São mais de 50 mil casas populares", afirmou. O prefeito disse lamentar que "a Folha se preste a tentar aumentar sua tiragem à custa da publicação de inverdades".

Ação
A vereadora Aldaíza Sposati (PT) enviou ontem um requerimento à Procuradoria Geral da Justiça pedindo abertura de inquérito civil e criminal contra o secretário em função de suas declarações.
O inquérito seria por omissão de assistência à população carente, que mora em áreas de risco de desabamento.
A SAR tem 701 agentes vistores e 452 engenheiros e arquitetos para fiscalizar as áreas de risco da cidade, que podem chegar, segundo a SAR, a 600.
Mas, segundo a assessoria da secretaria, esse trabalho não funciona porque não há lugar para alojar todos os moradores que devem ser removidos.

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