São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

HISTÓRIA DE CAIÇARA

Em Ilhabela quando os homens saíam para o mar, as mulheres ficavam cuidando dos filhos, da roça, e rezando para que os maridos voltassem bem.
José Julião dos Santos, 79, é um caiçara (pessoa que nasce na praia) de Ilhabela. Ele diz que muita gente morria nas travessias para Santos. "Tinha gente sem prática que se aventurava na viagem". Muitas vezes, adivinhando uma tempestade, os marinheiros atracavam (encostavam) as canoas na Barra do Una e esperavam o tempo melhorar.
Julião conta que não havia luz elétrica na ilha e sua mãe colocava na varanda um "farol de pirata", que era um lampião grande, para o pai achar a casa quando voltava de noite do mar. Seu pai fez muitas viagens a Santos entre 1879 e 1923.
O avô paterno de Julião era português e a avó materna, filha de um francês. Mas ele não sabe como seus parentes chegaram na Ilha. "Muitos navios encalhavam e as pessoas ficavam por ali. É por isso que muita gente tem os olhos claros e cara de estrangeiro", explica ele.

Texto Anterior: Construções usavam conchas e óleo de baleia
Próximo Texto: Navios e piratas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.