São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 1995
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Calouro afirma ter sido agredido em universidade de S. José dos Campos

DA FOLHA VALE

O estudante Eduardo de Macedo, 21, que teria sido atacado a socos e pontapés durante um trote na Univap —Universidade do Vale do Paraíba—, em São José dos Campos (97 km a nordeste de SP), deverá fazer um reconhecimento dos agressores na segunda-feira.
Segundo o advogado Eduardo Roberto Santiago, 36, Macedo deverá visitar, acompanhado da polícia, todas as salas do curso de direito, de onde teria partido o trote, para tentar identificar quem o teria agredido.
Santiago disse que dois dos quatro agressores já foram identificados. Os nomes foram revelados apenas para a polícia.
O advogado não descarta uma ação de indenização por danos morais contra a direção da universidade, em razão das agressões.
Segundo ele, a Univap poderia ter fiscalizado o trote, sem deixar que isso se tornasse um "ato de violência."
"Nós estamos trabalhando, por enquanto, apenas na esfera criminal. Uma ação cível dependerá agora do estudante", disse.
O pró-reitor de graduação da Univap, Jair Cândido de Melo, 54, considerou o caso como um "incidente isolado". Ele não considera justo qualquer tipo de ação que a universidade possa vir a responder.
O estudante, que passou no vestibular para o curso de engenharia civil, acusa os alunos do curso de direito de o terem colocado em um "corredor polonês" no trote.
No "corredor", ele disse ter sido obrigado a passar entre duas filas de veteranos enquanto recebia chutes e socos. Depois disso, ele teria sido imobilizado e agredido,
Macedo foi levado para a Santa Casa, com hematomas e lesões no corpo. No hospital, ele disse que entrou no prédio errado e que havia apenas "tomado informações" dos veteranos do curso de direito sobre o local da matrícula.
Se comprovada a violência, o grupo será indiciado com base no artigo 129 do Código Penal, por lesão corporal. O artigo prevê detenção de dois a oito anos de prisão.

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