São Paulo, sábado, 11 de fevereiro de 1995
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Feira no Sul vende material escolar 15% mais barato

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

Boa parte dos estudantes de Porto Alegre (RS) usará este ano, pela primeira vez, material escolar fabricado no Uruguai, com preços 15% mais baixos.
A empresa Bodasol, de Montevidéu, foi contratada pela prefeitura da capital gaúcha para ser a única fornecedora da 5ª Feira do Material Escolar, que será realizada de 20 de fevereiro a 15 de março, no ginásio Tesourinha.
Segundo a prefeitura, nenhuma empresa brasileira se habilitou na licitação aberta pela Secretaria Municipal da Indústria e Comércio, alegando que o mercado está aquecido e não há necessidade de vender a baixo preço.
A principal característica da feira é a venda dos produtos com preços 15% abaixo dos do comércio. Em 1994, a feira movimentou US$ 500 mil. O prefeito Tarso Genro (PT) disse que o objetivo é "regular o mercado".
Para o prefeito, a contratação da Bodasol, por meio da empresa brasileira WG Exportação e Importação, insere-se na idéia de fortalecimento do Mercosul, integrado por Brasil, Uruguai, Argentina e Paraguai.
Na opinião de Genro, as empresas brasileiras de material escolar "resolveram em conjunto não participar" da licitação, tentando impor "um bloqueio" à feira. "É um direito delas. Nós, como poder público, temos o direito de realizar a feira para que os preços se mantenham influenciados pelos valores oferecidos", declarou.
Além do desconto nos preços, a feira também exige a colocação à venda de pelo menos 61 itens. A cesta básica escolar é composta de 13 itens, entre os quais caderno, régua, lápis, borracha e tesoura.
O secretário municipal da Indústria e Comércio, Onélio Soares Santos, disse que a importação do Uruguai não trará dificuldades de idioma para os alunos, pois nenhum item é informativo.
Em 1994, a feira recebeu a visita de 200 mil pessoas e contabilizou 2.000 negócios por dia. Este ano, a feira funcionará também nos fins-de-semana, das 14h às 20h.

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