São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995
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Sem favorito, jogo tem até legião estrangeira

EDGARD ALVES
DA REPORTAGEM LOCAL

É praticamente impossível apontar um favorito neste 45º All-Star Game sem o risco de erro.
Abundam craques nas duas seleções. Três pontos, no entanto, são significativos. Todos a favor do time do Oeste.
Primeiro: joga em casa, com apoio da torcida e tem dois titulares —Charles Barkley e Dan Majerle—, mais o técnico Paul Westphal, como representantes locais.
Segundo: joga motivado para devolver a derrota diante do Leste por 127 a 118 no ano passado, no Target Center, de Minneapolis.
Terceiro: tem ainda o desafio de reduzir um pouco a diferença das vitórias a favor do Leste, atualmente de 12 (28 a 16).
Nem mesmo características que marcam os dois treinadores dão uma pista mais convincente do possível ganhador.
Brian Hill tem como ponto forte de seu trabalho a articulação de sistemas defensivos e a liderança que exerce no comando do Orlando. Goza da fama de ser meticuloso na preparação das partidas.
No outro banco, Paul Westphal é conhecido como um profissional que gosta de mudar times, testar combinações. Trabalha duro nos treinamentos, para que o conjunto atue sempre em ritmo forte.
Teoricamente, Hill pode desfrutar de leve vantagem, caso consiga armar adequadamente seu time, fazendo prevalecer sua condição de "planejador".
Mas os jogadores à disposição de Westphal têm todos os atributos físicos e técnicos para um embate em igualdade de condições com o grupo sob a batuta de Hill.
Os ingressos para os 19.023 lugares do America West Arena se esgotaram na última quinta-feira. Óbvio, muitos foram parar nas mãos dos cambistas.
Os boletos, segundo estavam anunciando os responsáveis pela revenda, custam caro. Os preços variam de US$ 150 a US$ 2.000 para os lugares na primeira fila, perto dos astros.
Os dirigentes da NBA também costumam reservar parte dos ingressos para seus convidados especiais, entre os quais, diretores de federações internacionais, homens de negócios e de marketing.
O jogo em si é um espetáculo. Sempre sobram jogadas de efeito que levam os torcedores ao êxtase.
Não faltam "artistas" para que o show seja de alto nível.
Aliás, a votação dos torcedores que define o time titular, de certa forma, representa um alívio para os treinadores. Diante de tal número de astros, escolher cinco seria tarefa bastante ingrata.
O time do Leste apresenta uma novidade entre os seus titulares: o ala Grant Hill, do Detroit, que rompeu um tabu na votação dos torcedores e terminou como o preferido na votação.
Os outros são jogadores consagrados, como Pippen, Shaquille O'Neal, Reggie Miller e Anfernee Hardaway.
No banco ficam três estreantes no All-Star Game, os alas Vin Baker e Tyrone Hill e o armador Dana Barros. Para os demais, no entanto, sobra experiência: os pivôs Patrick Ewing e Alonzo Mourning, o ala Larry Johnson e o armador Joe Dumars.
Os titulares do Oeste são conhecidos: Barkley, Shawn Kemp, Hakeem Olajuwon, Dan Majerle e Latrell Sprewell.
No banco, durante a semana, o técnico Westphal viu processada uma irônica alteração. Contundido, o ala Cedric Ceballos cedeu seu lugar para o pivô africano Dikembe Mutombo. Detalhe: a contusão de Ceballos no polegar da mão direita ocorreu numa disputa de bola com o próprio Mutombo.
Os demais reservas têm potencial para ocupar posto de titular em qualquer time da liga: os alas Karl Malone e Detlef Schrempf; o pivô David Robinson; e os armadores Gary Payton, Mitch Richmond, e John Stockton.
Este último entra em quadra com o status de recordista de assistências da história da NBA. Recentemente, ele bateu a marca de 9.921 que era de Magic Johnson.
O time do Oeste é uma "legião estrangeira". Tem três jogadores que vieram de fora dos EUA: Olajuwon (Nigéria), Mutombo (Zaire) e Schrempf (Alemanha). No Leste, apenas o pivô Pat Ewing é "estrangeiro", nascido na Jamaica.
Um aspecto interessante da partida, certamente, será o duelo dos gigantes da liga.
Vários deles despontam como candidatos ao título de melhor jogador da temporada.
A marca dos superpivôs do Leste é a força (Shaquille, Ewing e Mourning). Shaquille lidera os cestinhas da temporada, com média de 30 pontos por jogo.
Os grandalhões do Oeste têm jogo mais refinado, casos de Olajuwon (completa seu 10º All-Star Game), Robinson e Mutombo. Este último é o líder de rebotes da liga, com média de 12,9 por partida, e 3,7 bloqueios.

LIGUE
Para o Folha Fone 900-0316 (a ligação custa R$ 1,17 por minuto) para saber o resultado All Star Game, a partir das 2h30 da madrugada desta segunda-feira

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