São Paulo, domingo, 12 de fevereiro de 1995
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A comediante em seu apogeu

"Kean" não tem poucos problemas. Mas não importa, quando dá chance de ver Débora Bloch outra vez no palco. Um pouco apartada da própria trama da peça, que fala do ator Edmund Kean, interpretado por Marco Nanini, a personagem da atriz é de uma alegria, de uma jovialidade envolventes.
Ela é a filha de um pequeno-burguês, apaixonada por Kean —no pouco que restou de verdadeiramente romântico na peça, depois que o texto original, de Alexandre Dumas, passou pelas mãos pesadas de Jean-Paul Sartre. Para conquistar o grande ator, que ainda está deslumbrado pela corte e pelos nobres, ela faz de tudo, até mesmo tornar-se, também ela, uma atriz.
Sua interpretação absolutamente desastrada para Desdêmona, ao lado do Otelo de Edmund Kean, é talvez a melhor passagem do espetáculo. É uma comediante no seu apogeu.
—Nelson de Sá

Kean. De Alexandre Dumas, versão de Jean-Paul Sartre, adaptada por Maria Adelaide Amaral, dirigida por Aderbal Freire-Filho. Teatro Cultura Artística, sala Esther Mesquita. Rua Nestor Pestana, 196, Centro. Tel. 258-3616. Quinta a sábado: 21h. Domingo: 19h. Ingressos: R$ 10 e R$ 15 (quinta), R$ 13 e R$ 18 (sexta e domingo) e R$ 15 e R$ 20 (sábado)

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