São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Previsão numérica reduz risco no campo

DO ENVIADO ESPECIAL

O acesso às previsões numéricas feitas com o supercomputador reduz os riscos de perda na lavoura, diz Paulo César Etchitchury, meteorologista do Inpe.
Agricultura, defesa civil e energia são os setores que mais se utilizarão das previsões de tempo do Inpe.
Na cidade de Panambi (RS), o agricultor Renato Fensterseifer só faz a adubação de cobertura na lavoura de milho quando a previsão do CPTEC indica chuva nas próximas 24 horas.
"Quando chove o solo incorpora melhor a uréia aplicada nessa adubação", diz Fensterseifer.
Ele diz que os produtores de sua vizinhança o consideraram "louco" quando no final de setembro passado ele aplicou uréia em um dia de sol quente.
Normalmente, há perda de uréia por volatilização (transformação do estado líquido para o gasoso) em dias muito aquecidos.
"Sabia que logo choveria por causa do boletim do CPTEC, ao contrário de meus vizinhos", diz o agricultor gaúcho.
Fensterseifer não planeja nenhuma atividade de sua lavoura sem antes consultar o boletim.
"Espero que nos próximos meses consiga puxar no micro as imagens produzidas no supercomputador", afirma.
No oeste do Paraná, a Copavel (cooperativa de Cascavel) repassa o boletim para 23 entrepostos, num total de 4.000 associados.
"Em setembro, durante a estiagem, recebemos a informação pelo boletim de que choveria em determinados dias.
"Muitos plantaram milho e se deram bem", diz o agrônomo Rogério Rizzard, da Copavel.
O meteorologista Etchichury alerta que o sucesso da experiência do Inpe depende da formação de centros integrados de meteorologia e recursos hídricos nos Estados.
Só assim, afirma, os dados gerados no Inpe poderão ser melhor direcionados e atender às necessidades regionais. Já existem parcerias com 14 Estados.

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