São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Sobrinha de deputado é encontrada morta em PE

VANDECK SANTIAGO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

A sobrinha do deputado Roberto Magalhães (PFL-PE), a funcionária pública Mônica Magalhães Melo, 40, foi morta por asfixia na madrugada de ontem, em Recife.
O corpo foi encontrado na cama de Mônica, em sua casa, no bairro de Boa Viagem.
Ela ainda estava de camisola e tinha um travesseiro no rosto. Segundo a polícia, Mônica teria sido asfixiada com o travesseiro.
O principal suspeito do crime, o economista Rogério Machado, marido de Melo, foi encontrado morto ontem.
Ele recebeu um tiro de revólver na boca. O corpo do economista estava na praia de Piedade, a 5 km da casa onde morava com a mulher.
Machado —que trabalhava na Celpe, empresa de energia elétrica do Estado— estava vestido de bermudas e camiseta. Ele não tinha dinheiro e estava apenas com a carteira de identidade.
"Todos os indícios apontam para a hipótese de que ele matou a mulher e em seguida foi para a praia, onde se suicidou", disse o secretário da Segurança Pública, Antônio Morais.
Logo cedo, ao ser informado das duas mortes, o governador Miguel Arraes (PSB), 74, determinou que o secretário acompanhasse pessoalmente o caso.
A polícia encontrou um cartão de crédito de Machado em frente à casa dele. O secretário disse que provavelmente o economista estava desesperado e, ao sair de casa, jogou fora os documentos.
A arma usada no suposto suicídio, um revólver calibre 38, não foi encontrada junto ao corpo do economista.
O secretário disse que isso não descarta a hipótese de suicídio, porque alguém pode ter passado no local e levado a arma.
O casal tinha três filhos —um garoto de 16 anos e outro de 5, e uma menina de 14—, que estavam dormindo quando a mãe teria sido assassinada.
O delegado de Boa Viagem, Roberto Bruto, que está investigando o caso sob o acompanhamento do secretário, disse ter recebido informes de que, mês passado, em um restaurante de Recife, o casal chegara a discutir.
Naquela ocasião, o economista Machado havia teria esbofeteado a mulher, segundo o delegado.
O delegado Bruto começará hoje a tomar os depoimentos de pessoas próximas ao casal.
A primeira pessoa a ser ouvida é a empregada Tercília Gomes, que há 15 anos trabalhava com o casal.
Mônica Melo era filha de Geraldo Magalhães Melo, irmão do deputado Roberto Magalhães e ex-presidente do Bandepe (o banco oficial do Estado).
Geraldo Melo não quis dar entrevistas ontem. O deputado Roberto Magalhães viajou ontem para Brasília e não foi localizado pela Agência Folha.

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