São Paulo, terça-feira, 14 de fevereiro de 1995
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Motoristas param contra falta de segurança

AUGUSTO GAZIR
DA REPORTAGEM LOCAL

Os motoristas e cobradores das 11 empresas de ônibus da zona sul de São Paulo pararam o trabalho ontem pela manhã em protesto pelo assassinato do motorista Fernando Teixeira Efigênio, 34.
Efigênio, da Viação Jurema, foi morto a tiros anteontem pelo vigilante José Ramos Araújo, 25. O motorista tentou impedir que Araújo não pagasse a passagem. O vigilante foi preso em flagrante.
No dia 8, Ivaldo Pedro Maximiano, 47, um cobrador da mesma empresa de Efigênio, também foi morto a tiros durante um assalto.
Ontem, segundo a CMTC, 1.200 ônibus de 75 linhas diferentes ficaram estacionados nas proximidades da ponte do Socorro, em Santo Amaro (zona sul).
Cerca de 216 mil passageiros foram prejudicados. O trânsito na região ficou engarrafado durante toda a manhã.
Os colegas de Efigênio reclamaram da insegurança no trabalho. "Tem dias em que há mais de dez assaltos nas linhas da zona sul", disse Idelfonso de Souza, 58, fiscal da Viação Jurema.
Às 11h, cerca de 300 funcionários das empresas de ônibus saíram em cortejo até o cemitério do Campo Grande, em Santo Amaro, onde Efigênio foi enterrado.
Houve um único tumulto. Alessandro Souza, 23, chamou Efigênio de "vagabundo" e teve que se refugiar em um bar para não ser linchado, até ser salvo pela PM.

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