São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Venda de imóveis novos dispara

FÁTIMA FERNANDES
DA REPORTAGEM LOCAL

A procura por imóveis novos (apartamentos na planta ou em construção) disparou neste início de ano em São Paulo.
O ritmo dos negócios está tão acelerado que incorporadoras, construtoras e imobiliárias chegam a planejar para 1995 vendas iguais ao total dos últimos quatro anos. A demanda chega a lembrar 1986, ano do Plano Cruzado.
A diferença, dizem os especialistas, é que hoje o comprador é o próprio usuário do imóvel. Em 1986, quem ativou o mercado foram os investidores.
Nos últimos sábado e domingo, a imobiliária Fernandez Mera vendeu 70 unidades, quase o total comercializado em todo o mês de janeiro (60 unidades).
"Foi o melhor fim-de-semana dos últimos 12 meses", afirma Antonio Castello Barbieri, diretor.
A estabilização da economia e o fato de várias construtoras estarem oferecendo financiamento direto ao comprador, com prazos longos de pagamento, animaram o consumidor. A alta nos preços dos aluguéis também incentivou a compra do imóvel próprio, dizem os especialistas.
A incorporadora e construtora Encol comercializou em janeiro 378 unidades na cidade de São Paulo, o equivalente a um volume de negócios de US$ 55 milhões. A média mensal de vendas no ano passado foi de 178 unidades (US$ 25,4 milhões).
Para este mês, Dolzonan da Cunha Mattos, diretor-superintendente da Encol, afirma que a previsão é a de comercializar 280 unidades (US$ 35 milhões). No mesmo mês do ano passado, foram 166 unidades (US$ 30 milhões).
Nos seus cálculos, a empresa deverá vender 2.500 unidades em 1995, 17% a mais do que em 1994. A receita deve pular de US$ 305 milhões, em 1994, para US$ 530 milhões neste ano.
A Rossi Residencial, que tem seu "Plano 100", planeja vender neste ano 7.000 unidades, o mesmo número que comercializou de 1992 a 1994.
Rui Gragnani, diretor, atribui o salto ao fato de a Rossi estar trabalhando com um sistema de pagamento no qual o comprador quita seu imóvel em cem prestações.
Marcos Parizotto, diretor da incorporadora e construtora Inpar, diz nunca ter visto um bimestre tão aquecido quanto este. A empresa deve faturar neste primeiro semestre R$ 150 milhões, o dobro do ano passado (R$ 75 milhões).
A construtora Chap Chap também tem programações ambiciosas de vendas para este ano. De 1991 a 1994, conta Marcelo Dadian, diretor-comercial, a empresa comercializou 2.000 unidades. "É o que devemos vender só neste ano."
Fábio Rossi, diretor da imobiliária Itaplan, diz que a expectativa da empresa é de faturar US$ 700 milhões em 1995, 50% a mais do que no ano passado.

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Sobre imóveis à pág. 2-7.

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