São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 1995
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Venda de importados é recorde em janeiro

Pode haver retração a partir de julho

FLAVIO CASTELLOTTI
DA REPORTAGEM LOCAL

As importadoras independentes de veículos bateram recorde de vendas em janeiro. Comercializaram 15,7 mil unidades.
O crescimento foi de 43% em relação a dezembro, mês tradicionalmente bom para o setor, e de 569% em relação a janeiro do ano passado.
Os dados são da Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores), responsável por 39,4% dos carros importados vendidos em janeiro. O restante foi comercializado pelas montadoras.
Emílio Julianelli, presidente da associação, acredita que a economia estável e a redução da alíquota para 20%, promovida pelo governo em setembro, são as principais causas do bom desempenho do setor em janeiro.
A Abeiva representa 30 marcas no Brasil. Segundo Julianelli, as vendas devem permanecer aquecidas durante o primeiro semestre deste ano, apesar do aumento da alíquota.
"O aumento só deve ser sentido a partir de julho", disse Julianelli. Ele explica: "o setor trabalha com vendas antecipadas. Muitas unidades já vendidas ainda nem chegaram ao país".
No segundo semestre, Julianelli acredita que poderá haver certa retração no setor.
Segundo ele, muitas revendedoras associadas à Abeiva são pequenas e podem não suportar a concorrência com o aumentos dos preços.
Quanto à elevação do IPI dos "populares", Julianelli posicionou-se favoravelmente, mas defende também a criação de uma faixa intermediária com alíquota igual a 15% para os modelos médios.
Entre as associadas à Abeiva, a coreana Asia foi a marca mais vendida em janeiro, com 2.372 unidades, seguida pela Renault, que vendeu 2.289 carros.
José Américo Huertas, gerente de vendas da Asia, disse que a empresa não vai rever a previsão de importar entre 20 e 25 mil veículos este ano.
A Asia importa desde utilitários leves da linha Towner, campeã de vendas da marca, até os microônibus da linha AM 825.
Segundo Huertas os modelos da Asia são competitivos tanto na qualidade como nos preços. A Towner custa R$ 9.300 (carga) e R$ 10.100 (passageiros) e o microônibus custa R$ 42 mil.
Huertas acredita que o bom desempenho de vendas deve-se também à maior carência do mercado interno neste segmento.

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