São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995 |
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Balança comercial tem novo déficit
DAS SUCURSAIS O comércio exterior registrou em janeiro déficit de US$ 290 milhões, o terceiro consecutivo desde novembro. A causa do déficit foi o alto valor das importações, que totalizaram US$ 3,271 bilhões, um crescimento de 85,12% em relação ao mesmo mês do ano passado.Já as exportações, que foram de US$ 2,981 bilhões, registraram crescimento mais tímido —8,52%. Em dezembro de 94, foi registrado o maior déficit comercial da história do país, de US$ 884 milhões. No mês anterior, o saldo negativo da balança comercial (exportações menos importações) atingiu US$ 492 milhões. Tanto as exportações quanto as importações representaram recordes históricos para meses de janeiro, segundo a ministra Dorothéa Werneck (Indústria, Comércio e Turismo). Estímulo à exportação A continuação dos déficits comerciais poderá levar o governo a adotar novas medidas de estímulo às exportações ou a desvalorizar gradualmente o real. Para tentar reverter a situação do final de 94, o governo isentou o crédito à exportação de depósitos compulsórios, em janeiro. Anteontem, em mensagem ao Congresso, o presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou outra medida que reduzirá custos de exportadores, a criação do seguro exportação. O Ministério da Indústria, Comércio e Turismo (MICT), no entanto, já conta com um novo saldo negativo em fevereiro. "Devemos ter um déficit comercial um pouco menor ou até um pequeno superávit", disse ontem o secretário-executivo do ministério, Frederico Álvares. O MICT prevê um pequeno crescimento das exportações, de 5%, este mês. O crescimento de 8,52% nas exportações brasileiras em relação a janeiro de 94 se deve, principalmente, às vendas de semimanufaturados —produtos que passam por processos industriais simples, como óleo de soja ou suco de laranja— que cresceram 33,64%. Câmbio O ministro da Fazenda, Pedro Malan, não quis comentar ontem o déficit da balança física. Mas autorizou a divulgação de dados do Banco Central mostrando que de 1 a 15 deste mês os contratos de câmbio de exportação somaram US$ 2,7 bilhões, contra o US$ 1,68 bilhão das importações, o que resulta num saldo de US$ 1,04 bilhão. Para o governo, esses números do contrato de câmbio mostram que já se reverteu o movimento deficitário do comércio exterior brasileiro, embora parte das entradas na exportação seja proveniente de antecipações de contratos de câmbio (ACC). Próximo Texto: Nova afinidade; Depois das cinzas; Outro cenário; Fatia do bolo; Aplicação oportuna; Mercado vizinho; Nova aposta; Depois da renúncia; Demanda por imóvel; Pedido de renúncia; Sócios da holding; Passo apressado Índice |
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