São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995 |
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Pierce Brosnan faz ensaio equivocado para 007
MARCEL PLASSE
Direção: Christian Duguay Elenco: Pierce Brosnan, Ron Silver, Ben Cross, Lisa Eilbacher Onde: Marabá, Studio Alvorada 2, Top Cine e Center Iguatemi 1 Um grupo de terroristas do Oriente Médio assassina senadores americanos. Nem nos sonhos mais loucos de Sadam Hussein o terrorismo chegou tão longe. "O Detonador - Em Alta Voltagem" reflete a atual tendência da política internacional americana, que tenta substituir a "ameaça vermelha" pelos muçulmanos. Mas o roteiro é uma fantasia delirante. A CIA nem entra em cena. Pierce Brosnan, o herói, é um especialista em bombas do FBI. Em um dia de trabalho, acaba, sozinho, com um grupo de kamikazes muçulmanos. Nada como um cotidiano tedioso. O papel pode servir de ensaio a Brosnan, que está filmando a nova produção do espião inglês 007. Mas, a bem da verdade, ao criar bombas com papel laminado e vaselina, Brosnan parece ensaiar é para a vaga de McGyver, da telessérie "Profissão: Perigo". O truque do filme é um detonador líquido, que, misturado à água, transforma o metabolismo humano numa bomba ambulante. Graças a essa ficção científica, os senadores viram churrasquinho. A explosão de corpos é especialidade do diretor Christian Duguay. Tudo o que ele fez no cinema foi explodir seus atores. Antes de "O Detonador", tinha estourado o elenco dos "Scanners" 2 e 3 —série sobre mutantes capazes de destruir pessoas com a mente. Agora, além da queima de fogos, Duguay arrisca cenas dramáticas. O drama decorre de um triângulo amoroso. A mulher de Brosnan divide-se entre o marido trabalhador e um senador corrupto, interpretado por Ron Silver. Como era de se esperar, depois de tanta bobagem, o traído Brosnan precisa proteger Silver dos terroristas. O que ele faz, com a ajuda de um robô chamado Madonna. Que bomba. Texto Anterior: Charlie Sheen estrela mais um filme ruim Próximo Texto: BBC tenta encontrar uma nova imagem Índice |
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