São Paulo, sexta-feira, 17 de fevereiro de 1995 |
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Saquê californiano concorre com japonês
JORGE CARRARA
Apesar da aparência (de vinho branco) e conteúdo alcoólico (15 a 16 graus), o saquê pode ser considerado —devido a seu processo de elaboração— um tipo de cerveja e, como as lourinhas, deve ser bebido jovem, em seu primeiro ano de vida, depois do que decai. Esta fragilidade foi um dos motivos do nascimento das "sakeries" americanas. A demorada importação (seis meses) deixava ao saquê japonês pouco tempo de vida em solo americano. Os EUA já elaboram 50% dos 9 milhões de litros de saquê consumido por ano no país. Um deles, o Hakusan, da Kohnan Inc. de Napa Valley (que, curiosamente, fabrica saquê nos Estados Unidos e controla a produção de Coca-Cola no Japão), foi importado pela Mitsui. Ele tem cor clara e paladar untuoso, redondo e adocicado, que mescla pão fresco e cereais com suave fruta. Apesar da aceitação do mercado local, para alguns, as versões americanas —por ser o arroz japonês inimitável— nunca igualarão as originais. Para outros, o ponto é menos importante. Hisato Niji, o mestre (toji) que modela os Hakusan, declarou à revista "Wine & Spirits" que apenas 20% do caráter do saquê dependem do arroz. O resto, segundo ele, depende da água, do koji (fungos), dos levedos e da fermentação. Se for assim, talvez um dia os saquês norte-americanos igualem a performance de alguns Cabernet californianos, comparáveis aos maiores "crus" de Bordeaux. Importado pela Mitsui Alimentos (r. Frei Caneca, 101, Osasco, tel. 011/705-1169), o Hakusan custa R$ 9,68 (garrafa de 750 ml), R$ 18,67 (1,5 litro) e R$ 35,00 (barrilete típico decorado de 1,8 litro). Texto Anterior: JAPÃO; PIZZA; CAFÉ; MÚSICA; CARNE; MASSA Índice |
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