São Paulo, sábado, 18 de fevereiro de 1995
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Inflação pára de cair em SP, apura Fipe

MAURO ZAFALON
DA REDAÇÃO

A inflação parou de cair em São Paulo. Na segunda quadrissemana de fevereiro —últimos 30 dias terminados em 15 de fevereiro— os preços tiveram evolução média 0,75%, contra 0,54% da primeira.
Os dados são da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que acompanha preços no município de São Paulo entre as famílias com renda de até 20 salários mínimos.
A volta de taxas crescentes de inflação deve durar por várias semanas. Os técnicos da Fipe prevêem para fevereiro uma taxa próxima a 1%, acima do 0,8% de janeiro. Em março, quando o índice recebe pressão ainda maior de aluguel, dos gastos com educação e de alimentos semi-elaborados, a inflação deve ficar próxima a 2%.
A taxa da segunda quadrissemana deste mês teve reversão de tendência basicamente devido a aluguel, cigarros e uma queda menor de preços no setor de alimentos, segundo Heron do Carmo, assistente de coordenação do Índice de Preços ao Consumidor.
Entre os alimentos, as maiores altas continuam no setor de produtos "in natura", que ficaram 4,75% mais caros para os paulistanos na segunda quadrissemana.
Os meses de janeiro e de fevereiro são tradicionalmente um período de alta destes produtos, que tiveram reajustes ainda maiores neste ano devido às chuvas
Os principais reajustes de preços ocorreram entre as verduras, que subiram 43%. Couve (49%) e alface (44%) lideraram as altas.
No setor de legumes, os aumentos foram em ritmo menor, com média de 13%. Os destaques ficaram para cenoura (45,6%), chuchu (53,4%) e abobrinha (44%).
A alimentação fora do domicílio também pressionou o índice. Apesar da redução dos alimentos, o preço das refeições subiu 5%.
Heron do Carmo, atribui a alta ao crescimento de demanda, principalmente devido a uma distribuição maior de vales-refeição.
Os cigarros subiram 3,07% na segunda quadrissemana deste mês. Juarez Rizzieri, coordenador do IPC da Fipe atribui a alta ao aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).
Os aluguéis também continuam pressionando o índice da Fipe. As revisões de contratos devem mantê-los com reajuste acima da inflação, como vem ocorrendo desde o início do Real. Na segunda quadrissemana subiram 7,92%, contra 7,64% na anterior.

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