São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995
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Fitas "secretas" podem ajudar a elucidar caso

VINICIUS TORRES FREIRE
DA REPORTAGEM LOCAL

Duas gravações foram usadas pelos advogados no julgamento de Samuel Wolfsdorf.
Uma delas, gravada por um advogados da defesa, Walter Beltrami, registra uma conversa sua com o delegado Mauro Marcelo, do 89º DP e que foi chefe dos policiais que acompanharam brasileiros na Copa de 94, nos EUA.
Na fita, Marcelo propõe uma "ajuda" (tratamento de Aids) a um dos acusados, Luiz Barbosa (cliente de Beltrami), para que ele contasse toda a história do crime. Para Beltrami, a fita mostrava que havia interesses de Marcelo, que dizia falar em nome da família de Rosenski (o morto), no caso —talvez esconder outros envolvidos.
Uma outra fita foi enviada à viúva, Shoshana Rosenski, em Israel. Registrava uma conversa, em iídiche, segundo ela entre Ihiel Segal e o filho de Wolfsdorf. A conversa da fita tratava de pagamentos a testemunhas e advogados.
O julgamento de Wolfsdorf em agosto de 1994 foi anulado. Um bilhete deste, dirigido a Segal, foi interceptado no tribunal. Wolfsdorf aconselhava a Segal como se portar no julgamento, em seus depoimentos.

Casa de Cultura
Shoshana Rosenski diz que não vivia em Israel por qualquer divergência com o marido. Samek sempre viajava para o país, onde foi enterrado. Rosenski e a mulher viveram anos no Brasil. Shoshana fundou a Casa de Cultura Israel-Brasil, em Telavive (Israel), onde mora. Diz que seu marido financiava a criação de um curso de iídiche (língua derivada do alemão, falada por judeus da Europa central e do leste) na Universidade de São Paulo.

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