São Paulo, domingo, 19 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Vilas: a moda atual

ADOLPHO LINDENBERG

O grande assunto do momento são as vilas. O recente decreto do prefeito Paulo Maluf autorizando sua construção veio de encontro a uma antiga reivindicação do Secovi e de diversos setores da população paulistana.
São duas as principais razões que explicam esse interesse geral pelas vilas:
1) O custo das despesas de condomínio dos prédios alcançou níveis exorbitantes. Os condôminos de apartamentos pequenos estão pagando em torno de R$ 400 mensais. As despesas de unidades médias chegam a R$ 600 ou mais;
2) As pessoas que preferem morar em casas não realizam esse sonho principalmente por razões de segurança. As vilas, protegidas por altos muros, portarias e outros dispositivos, oferecem a seus moradores segurança semelhante à encontrada nos edifícios.
A procura por casas em vilas é formada em grande parte por casais jovens com filhos pequenos e que necessitam de um jardim, por menor que seja.
Pessoas que gostam de cachorros, plantas e ar livre, por exemplo, também dão preferência a morar em casa.
Essa preferência por vilas é comprovada pelo fato de os terrenos de loteamento protegidos por muros e portarias valerem até 50% a mais do que loteamentos comuns.
Assim, por exemplo, os lotes do Jardim Pignatari estão sendo vendidos a R$ 450 o m2, ao passo que os terrenos do outro lado da rua mal alcançam o preço de R$ 300 o m2.
No mundo inteiro existem vilas. Atualmente, as mais sofisticadas estão na Flórida (EUA), principalmente em Boca Raton. São casas de alto padrão, com grandes espaços verdes. Em muitos casos, circundam lagos ou campos de golfe.
Nos arredores de Londres também existem dezenas de vilas pitorescas com pequenas praças arborizadas.
Essas vilas inglesas podem servir de inspiração para os projetistas brasileiros.
A principal característica das vilas de luxo é a tentativa de se fugir de qualquer padronização.
Os moradores gostam de casas personalizadas, com fachadas diferentes, muito embora os projetos possam manter uma linha comum.
O traçado das ruas, de preferência, não deve ser simétrico e nem retilíneo. Convém que as ruas sejam arborizadas e que as canalizações de eletricidade e telefone sejam embutidas no solo para evitar o posteamento.
Quando o número de casas ultrapassa o limite de 15 unidades, justifica-se a construção de piscinas, salas coletivas, quadras poliesportivas etc.
Creio, porém, que as piscinas só devem ser construídas se houver aprovação da maioria dos moradores, pois nossa experiência mostra que, muitas vezes, elas são indesejadas.
Só daqui a algum tempo, quando os construtores conhecerem as preferências dos usuários, é que se poderá visualizar os modelos ideais de vilas para nossa cidade.

Texto Anterior: LIVRO; CURSO; JABAQUARA
Próximo Texto: Construtoras se antecipam ao Mercosul
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.