São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995 |
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Anfavea recua e diz que acordo é válido
GRAZIELE DO VAL
Ele afirmou não acreditar que os preços dos "populares" se alterem nos próximos 60 dias, além da alta gerada pelo IPI de 8%. "O mercado não comporta aumentos de preços, além do rejuste do IPI. Dependendo da competitividade, eles podem até baixar." Scheuer esforçou-se para demonstrar que não há qualquer animosidade com o governo. "As minhas declarações foram mal interpretadas. Em nenhum momento cogitei que as empresas deixassem de investir no país. Disse sim, que elas teriam de rever suas estratégias porque, com o aumento do IPI, os carros médios devem ganhar mercado, a médio prazo." Na madrugada de sábado, depois de saber das declarações de Scheuer, o ministro Pedro Malan (Fazenda) disse em Foz do Iguaçu (PR) que o governo vai convocar as montadoras para explicar o fim do acordo do carro "popular". Ainda não há data para o encontro. O presidente da Anfavea classificou o episódio de sexta-feira como um "curto circuito". "Fui infeliz e não consegui transmitir aos interlocutores a mesma idéia", disse. Por isso, considera "normal" que o governo convoque as montadoras para discutir o aumento dos preços dos carros. Ele negou que houvesse manifestado a intenção de romper qualquer acordo firmado com o governo. "O governo alterou substancialmente o protocolo, mas cabe a ele definir o nível de impostos." Em sua opinião, o vice-presidente da Anfavea, Miguel Jorge, tem "todo o direito de questionar o que o presidente faz". Jorge, que é também vice-presidente corporativo da Volkswagen, declarou que a empresa vai continuar cumprindo o cronograma de investimentos no país e os preços só devem subir o correpondente à alta do IPI. "Acho que o Scheuer refletiu e voltou atrás. Dentro deste contexto, talvez a reunião convocada pelo governo nem seja mais necessária', disse Jorge. O presidente da General Motors do Brasil, Mark Hogan, encontra-se hoje com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Hogan vai apresentar os planos de investimentos da empresa este ano. A reunião já estava marcada antes do suposto rompimento do acordo do carro "popular", mas o assunto deve ser discutido. Colaborou a Sucursal de Brasília LEIA MAIS Sobre o mercado de automóveis na pág. 2-6 Texto Anterior: Mau tempo faz desfile de blocos reunir 5 mil em SP Próximo Texto: Walesa chega ao país para ver economia Índice |
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