São Paulo, segunda-feira, 20 de fevereiro de 1995
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Mário Sérgio vence Vadão na luta tática de Limeira

MAÉRCIO SANTAMARINA
DA FOLHA SUDESTE

Os treinadores do Guarani e do Corinthians, Oswaldo Alvarez (Vadão) e Mário Sérgio, travaram um duelo técnico no jogo da tarde de anteontem no estádio Major José Levy Sobrinho, em Limeira.
Cada clube procurou armar suas jogadas em cima das estratégias que iam sendo adotadas pelo outro no decorrer da partida.
O Guarani começou o primeiro tempo com pressão total sobre o adversário.
O Corinthians perdeu muitas bolas na saída da defesa, dando oportunidade ao time de Campinas de contra-atacar.
O técnico Mário Sérgio ficou preocupado e levantou do banco para pedir a valorização da posse de bola no campo do adversário.
Aos 13min, bem posicionado no ataque, Viola conseguiu se livrar da zaga do Guarani no toque de bola no contrapé e chegar ao gol que definiu a partida.
"Sabíamos de antemão que o Guarani viria para cima e pecamos quando tínhamos que definir a bola. Nossos erros propiciaram ao Guarani contra-ataques no primeiro tempo", disse o técnico.
Quem passou a demonstrar nervosismo então foi o técnico Vadão. Ele ficou andando de um lado para o outro na área delimitada próxima ao banco de reservas.
O Corinthians se fechou com a vantagem de 1 a 0 e passou a explorar os contra-ataques.
O Guarani voltou a pressionar nos 15 minutos finais do primeiro tempo, criando oportunidades.
Em um dos ataques, o centroavante Luizão foi derrubado pelo zagueiro Célio Silva dentro da área do Corinthians, mas o juiz não marcou pênalti.
O duelo técnico ficou ainda mais visível no segundo tempo, quando Vadão substituiu dois defensores por dois atacantes e colocou em prática o "carrossel" —rodízio dos jogadores.
Quando o treinador tirou o lateral-direito Isael perto da metade do segundo tempo para a entrada de Fabinho, imediatamente Mário Sérgio trocou Souza por Marcelo.
Pouco depois, o Guarani substituiu o lateral-esquerdo Dedé por Alex e o Corinthians, Marques por André Santos.
"Era preciso fazer marcação homem-a-homem. Os jogadores ficam resistentes a esse tipo de marcação, mas procuro conscientizá-los de que há momentos em que a 'zona-pressão' é fundamental", afirmou Mário Sérgio.
Segundo ele, "zona-pressão" é quando um jogador entra na zona de ação do outro, que parte atrás dele até o fim como se fosse um inimigo mortal.
O técnico do Corinthians disse que ficou atento às alterações táticas do Guarani para criar alternativas à marcação do adversário.
Mário Sérgio mostrou aos seus jogadores uma das jogadas do Guarani, em que o meia Uéslei domina a bola, passa para Djalminha, que faz a parede para a projeção de Uéslei no espaço vazio.
"Coloquei o Zé Elias em cima do Uéslei e não permiti que ele se projetasse sem marcação", disse.

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