São Paulo, terça-feira, 21 de fevereiro de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Walesa afirma que Lula estava errado

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente da Polônia, Lech Walesa, disse ontem que seu sucesso político mostra que em 1981 ele estava certo e não o presidente do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
Os dois se encontraram em 1981 no Vaticano. Ontem a Folha perguntou a Walesa se a impressão recíproca não tinha sido boa, já que não foi acertado um reencontro durante esta visita do presidente ao Brasil.
"Tínhamos pontos de vista diferentes. Ele via elementos bons no comunismo, que eu criticava muito. Eu tive razão: cheguei a presidente e ele não", afirmou, antes de dar uma gargalhada.
Walesa disse no Ministério das Relações Exteriores que gostaria de encontrar Lula e que as opiniões diferentes não significam que não possam ser amigos.
Segundo o presidente polonês, o comandante das Forças Armadas da Polônia, general Tadeus Wilecki, que está em sua comitiva, tem a missão de tentar vender armas a países da América do Sul.
"(Sua presença) está relacionada à indústria de armas. Queremos vender algo, mas não sei se posso falar sobre este tema", disse Walesa, mudando de assunto.
O presidente polonês almoçou ontem no Itamaraty com o presidente Fernando Henrique Cardoso. Disse a ele que acha que o Brasil "deve ser um centro de turismo para a Europa".

Discurso
Fernando Henrique e Lech Walesa tiveram um encontro pela manhã, no Palácio do Planalto. Após o almoço no Itamaraty, FHC saudou o visitante com um discurso, lembrando que sua trajetória desperta o interesse dos brasileiros desde o início da luta do sindicato livre Solidariedade.
Ao comparar os dois países, FHC apontou problemas similares: "Como a Polônia, pagamos em custos sociais e ambientais o preço de um desenvolvimento que deixou de lado dois elementos fundamentais do processo econômico, o homem e a natureza."
Em sua resposta, Walesa também fez comparações. Disse que Brasil e Polônia têm em comum "o mesmo sistema de valores cristãos, o desejo de justiça, a dedicação aos ideais de democracia e o amor pelo futebol". O presidente polonês aproveitou para cumprimentar Pelé.

Texto Anterior: Reformar para deformar
Próximo Texto: Crise de papel afeta editoras americanas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.