São Paulo, terça-feira, 21 de fevereiro de 1995
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GM desiste da nova fábrica e investe US$ 1,2 bi no país

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA E DA REPORTAGEM LOCAL

A General Motors anunciou ontem, no Palácio do Planalto, investimento de US$ 1,2 bilhão até 96, de um total de mais de US$ 2 bilhões investidos até 98.
A GM desistiu por hora da terceira fábrica e vai expandir as unidades de São José dos Campos e São Caetano (SP). Deve investir, no entanto, US$ 400 milhões no projeto da nova unidade.
Os investimentos vão gerar 3.000 empregos diretos e 15 mil indiretos, segundo a montadora. Com a expansão, a produção da GM no Brasil deve passar de 290 mil unidades em 94 para 450 mil este ano.
A produção do Corsa é que terá maior crescimento. Em 94, GM produziu 70 mil unidades. Este ano, deve chegar a 140 mil e em 96, a 220 mil carros.
Mark Hogan, presidente da GM no Brasil, anunciou os investimentos. "As mudanças políticas feitas no fim do ano criaram um pouco de dúvida nos nossos investimentos, mas agora temos muito mais confiança na tranquilidade de investir a médio e longo prazo."
A GM mundial estará investindo 30% dos seus recursos no setor no Brasil em 95/96.
André Beer, vice-presidente, disse que a GM ficou constrangida com a forma como a idéia da nova fábrica foi tratada pelos Estados.
Beer afirmou que a GM não rompeu com o acordo com o governo sobre os "populares" e que o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) dos "populares" não reduzirá o ágio. Desde sexta-feira, o IPI passou de 0,1% para 8% nos "populares". Para ele, o aumento de preços provocado pelo IPI deve-se à relação direta de oferta e procura.
O porta-voz da Presidência, embaixador Sérgio Amaral, disse em seguida que o presidente espera que as conversas que os ministros estão tendo com a Anfavea (associação que reúne as montadoras) contribuam para reduzir o ágio.

Ford
O presidente da Ford, Ivan Fonseca e Silva, disse ontem que vai manter o plano de investimentos de US$ 1,1 bilhão até 1996. Para ele, o acordo do carro "popular" entre governo e montadoras continua de pé.
"É um absurdo rever os investimentos. Quem falou que o acordo do carro popular havia sido rompido com aumento do IPI não estava autorizado."
Procuradas ontem pela Folha, Volkswagen e Fiat não quiseram se pronunciar.

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