São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995
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BC não consegue vender títulos

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

O presidente Carlos Menem tentou acalmar ontem o mercado financeiro prometendo uma inflação anual de 4% em 95. Apesar disto, o governo teve ontem dificuldades no leilão de títulos públicos, essencial para o pagamento de encargos da dívida pública.
O mercado financeiro teve mais um dia agitado por causa dos problemas do Banco
Central em colocar US$ 230 milhões em Letras do Tesouro. Resultados preliminares indicavam que o mercado recusava títulos de 90 dias com taxas de juros inferiores a 10%.
O resultado foi mais uma queda de 3,5% na Bolsa de Valores de Buenos Aires, o que representa a desconfiança em relação ao plano argentino.
O ministro da Economia, Domingo Cavallo, se juntou aos esforços de Menem para tranquilizar o mercado. Ele afirmou ontem que anunciará um plano de combate à evasão fiscal, que aumentaria a arrecadação em 6%, mais de US$ 1 bilhão, sem elevar os impostos.
"Aceitamos o monitoramento do Fundo Monetário mas não seu receituário", disse Cavallo. Ele rejeita a proposta do FMI de aumentar os impostos antes das eleições de maio.
Os principais operadores na Bolsa de Valores de Buenos Aires estimam uma redução de 50% no mercado de ações depois da crise mexicana.
Por isto, a Comissão de Valores Mobiliários deverá autorizar que as empresas comprem suas próprias ações para evitar queda maior nos papéis —tipo de operação não permitido na Argentina.

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