São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995
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Governo deve reduzir prazo dos crediários e consórcios

GUSTAVO PATÚ; ALBERTO FERNANDES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo começa hoje a editar novas medidas anticonsumo, restringindo o uso de cheques pré-datados e o acesso aos consórcios de automóveis.
Também estão em estudos a redução dos prazos máximos dos crediários, de 90 para 60 ou 45 dias e o fim das operações de leasing —aluguel de um bem com opção de compra no final do contrato— para profissionais liberais. Demais pessoas físicas não têm acesso ao leasing.
Os consórcios deverão sofrer nova redução do prazo máximo, que caiu, no ano passado, de 50 para 12 meses.
A nova redução dos prazos deverá ser aprovada hoje na reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional). Até ontem à noite, a diretoria do Banco Central estudava as novas regras para os consórcios.
Para coibir o uso do cheque pré-datado —que disparou após o lançamento do Plano Real—, o governo prepara uma MP (medida provisória) limitando a atuação das empresas de factoring (fomento comercial), que compram os pré-datados das lojas.
Para driblar as restrições ao crédito bancário impostas pelo governo, o comércio tem recorrido às empresas de factoring. Elas pagam, com deságio, os cheques recebidos pelas lojas. Isso, na prática, funciona como financiamento.
As novas medidas anticonsumo pretendem atingir o chamado crédito informal —o que não é concedido por bancos.
O governo não cogita, ao menos por enquanto, elevar os recolhimentos compulsórios ao Banco Central de recursos bancários. Este recurso, o mais usado para coibir o consumo no ano passado, é considerado esgotado.

Estoques
O CMN deverá autorizar empréstimos para que as indústrias de alimentos formem estoques, evitando problemas de acúmulos nos depósitos do governo —como deterioração de alimentos e gastos exagerados com manutenção.
A avaliação dos técnicos da equipe econômica é que os estoques do governo são excessivos para alguns tipos de grãos.
(Gustavo Patú e Alberto Fernandes)

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