São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 1995 |
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'Watergate' afeta mercados
ANDRÉ FONTENELLE
O franco caiu a seu nível mais baixo em relação ao marco alemão nos últimos 15 meses (3,4847 francos por um marco). A ascensão de Jospin se deve em parte ao envolvimento do governo no caso dos "grampos". O " Watergate" francês estourou em dezembro, quando se descobriu que a polícia "grampeara" telefones ilegalmente. Watergate foi o caso que levou à renúncia do presidente norte-americano Richard Nixon, em 1974, quando se revelou seu envolvimento na invasão de um escritório do Partido Democrata (de oposição), dois anos antes. A questão no escândalo francês é saber quem ordenou o "grampeamento" —a polícia, o ministro do Interior ou o próprio premiê. Em dezembro, Jean-Pierre Maréchal, sogro do juiz Eric Halphen, foi preso e acusado de extorsão. Ele teria pedido 1 milhão de francos a Didier Schuller, suplente de deputado, para livrá-lo das investigações do genro. Halphen descobrira um esquema de financiamento ilegal da RPR (Reunião pela República), o partido do governo. A Polícia Judiciária "grampeou" o telefone de Maréchal a pedido de Schuller. Este marcou encontro com Maréchal e entregou-lhe uma mala de dinheiro. Maréchal foi preso em flagrante e o caso foi tirado da jurisdição de Halphen. A acusação parece ter sido uma manobra para impedir que ele seguisse na investigação, que se aproximava do ministro Pasqua, a quem Schuller é ligado. A pedido de Mitterrand, um conselho de magistrados examinou o caso, concluiu que o "grampo" era ilegal e manteve o processo com Halphen. Pasqua protestou. Quando se descobriu que o próprio gabinete do premiê teria autorizado a escuta, Balladur reiterou que tudo se fizera dentro da lei. Anteontem, voltou atrás e admitiu irregularidades. (AFt) Texto Anterior: Exército do México ataca os zapatistas em Chiapas Índice |
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