São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995
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Infecção mata 11 bebês em UTI

AURELIANO BIANCARELLI; CAROLINA CHAGAS
DA REPORTAGEM LOCAL

Onze bebês morreram por infecção hospitalar na UTI do berçário do Hospital Ipiranga neste início de ano. Só nos 22 dias de fevereiro, foram sete mortes. O índice é cinco vezes maior que a média de mortalidade daquele berçário, que é de dois óbitos por mês.
O hospital pertence à Secretaria Estadual da Saúde e é considerado de referência para partos de alto risco. Cerca de 250 bebês nascem ali por mês. No início de fevereiro, a direção do hospital fechou o berçário para investigar a causa das mortes. No dia 6, a Secretaria da Saúde foi informada.
Apesar da interdição, continuam no berçário 14 bebês, além daqueles que entram em emergência.
Jorge Senise, diretor da divisão médica do Ipiranga, disse que a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar não confirmou surto de infecção hospitalar. "As bactérias detectadas são diferentes, o que não configura um surto."
Segundo Vera Senise, chefe do berçário, os bebês mortos tinham problemas respiratórios e baixíssimo peso. O mais pesado tinha 1.270 gramas —um recém-nascido normal tem cerca de 3 kg.
Jair Urbano da Silva, diretor do Sindicato dos Médicos e presidente da comissão de ética médica do Ipiranga, disse que as conexões dos respiradouros dos bebês não eram trocadas com a frequência necessária. "Isso impede a rotina de desinfecção." Ana Maria Malik, responsável pelos hospitais da Grande SP, reconheceu que o fornecimento de materiais é precário.

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Sobre as mortes à pág. 3

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