São Paulo, quinta-feira, 23 de fevereiro de 1995
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Juros disparam no México após acordo

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

As taxas de juros dispararam no México ontem, primeiro dia após o anúncio do acordo de ajuda econômica com os EUA.
Os Cetes (Certificados do Tesouro) com prazo de vencimento de 28 dias subiu para 59%, numa escalada sem precedentes, atingindo o mais alto nível dos últimos sete anos, segundo analistas financeiros. Eles consideraram o aumento "uma verdadeira hiperinflação do custo do dinheiro".
O Banco (central) do México havia anunciado na última segunda-feira sua decisão de elevar os juros primários em até 10 pontos percentuais, como forma de reter e atrair capital. No entanto, as taxas, em diferentes prazos de vencimentos, subiram além do previsto.
Na última segunda-feira, o Banco do México já havia negociado os Cetes a 49%. Na semana anterior, os juros desses papéis eram de 40%.
Para os Cetes de 91 dias, as taxas foram de 57%; 182 dias 49% e 364 dias 46,98%. Em cada um dos prazos, foram oferecidos cerca de US$ 150 milhões, que foram colocados em sua totalidade nos prazos de 28 e 364 dias.
Especialistas financeiros disseram que o encarecimento do dinheiro foi uma das condições —não escritas— do acordo firmado anteontem com o governo dos Estados Unidos para a concessão dos US$ 20 bilhões.
O aumento dos juros tem como consequência imediata, a restrição de crédito, o que pode causar a recessão da economia do país, observam.
No mercado de ações, a Bolsa abriu em baixa de 2,4%, mas fechou em alta de 1,7%, com o índice se situando em 1.728,28 pontos. Segundo operadores, a recuperação da Bolsa deveu-se a intervenções dos bancos. Os operadores disseram ter estranhado a reação negativa do mercado ao acordo firmado na terça-feira. Mas acreditam na recuperação dos negócios.
O Banco do México adotou medidas adicionais para dar mais segurança ao câmbio. Foi criado um mercado de futuros de divisas. Ontem, o dólar abriu negociado no interbancário a 5,70 pesos, ante os 5,63 da véspera. No fechamento, o dólar foi cotado a 5,87 pesos.
O presidente Ernesto Zedillo pediu a todos os mexicanos para realizarem "um esforço adicional" para superar a crise financeira do país.

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