São Paulo, sexta-feira, 24 de fevereiro de 1995
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CCJ deve pedir quebra do sigilo de Amorim

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado deverá pedir à Justiça a quebra do sigilo bancário, telefônico e fiscal do quarto-secretário da Mesa Diretora da Casa, senador Ernandes Amorim (PDT-RO), na investigação que será feita sobre seu suposto envolvimento com o narcotráfico.
Amorim recebeu a informação de que este procedimento deverá ser adotado pela CCJ do senador e ex-diretor da Polícia Federal Romeu Tuma (PL-SP) .
Tuma falou com Amorim a pedido do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que tenta afastá-lo da Mesa.
O senador paulista disse a ele que, como integrante da Mesa, está se expondo mais. Tuma sugeriu que Amorim peça licença do cargo. Sarney já havia feito o mesmo apelo duas vezes e Amorim manteve-se irredutível.
Cabe à CCJ processar parlamentares por falta de decoro parlamentar e conceder ou não licença para que o STF (Supremo Tribunal Federal) processe deputado ou senador por crime comum.
"Não podemos em hipótese alguma, baseados na imunidade, permitir que se pratiquem atos ilícitos", disse o senador Iris Rezende, presidente da CCJ.
A ex-mulher do senador, Hélia Santana Amorim, 50, foi encaminhada anteontem à noite à Penitenciária Feminina de Salvador (BA).
Hélia Amorim, ex-vereadora em Ariquemes (RO), foi condenada à revelia pela Justiça baiana a três anos e sete meses de prisão.
No dia 19 de fevereiro de 92, ela foi presa em flagrante em Salvador por porte de 430 gramas de cocaína. Ela foi solta e, antes de seu julgamento ser iniciado, desapareceu de Salvador.

Colaborou a Agência Folha em Salvador

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